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O que dizem hoje Lula e Tarcísio de Freitas, e o que eles escondem

A marcha das eleições de 2026

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula e Tarcísio de Freitas - Metrópoles
1 de 1 Lula e Tarcísio de Freitas - Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Destinados a ser os maiores protagonistas das eleições de 2026, Lula (PT) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, concederam, ontem à noite, entrevistas aos programas Fantástico, da Globo, e Canal Livre, da Rede Bandeirante.

Tarcísio anunciou que será candidato à reeleição, não à presidência da República. E justificou-se:

– Eu sou muito fiel àqueles que me elegeram. Eu tenho um grande apreço pela população de São Paulo que me acolheu, e nós temos projetos muito interessantes para entregar em 28, em 29, em 30. O que me motiva a ficar em São Paulo? A entrega desses projetos.

Quem o substituirá como o candidato da direita a presidente? Tarcísio respondeu:

– Bolsonaro continua sendo um grande ator da direita, e vai ser na eleição de 26, independentemente de qualquer coisa.

Mas Bolsonaro está inelegível até 2030, e uma vez que seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento com o golpe de Estado de dezembro de 2022, e o seu puxadinho de 8 de janeiro de 2023, sua inelegibilidade aumentará. E aí?

Aí que Tarcísio diz acreditar que não será assim; que tudo pode acontecer, inclusive, Bolsonaro ser inocentado e candidatar-se a presidente em 2026. Possível, de fato, tudo é; o quase certo, porém, é que Bolsonaro não volte nunca mais à Presidência.

Tarcísio sabe. O que ele esconde: ao declarar-se candidato à reeleição, blinda-se de críticas pelo menos até abril de 2026 quando teria de largar o cargo para concorrer à sucessão de Lula com o apoio de Bolsonaro e de outros líderes da direita.

Ronaldo Caiado (União-Brasil), governador de Goiás, já se lançou candidato a presidente, mas aceitaria de bom grado ser candidato a vice na chapa de Tarcísio. Romeu Zema (NOVO), governador de Minas Gerais, apoiaria essa chapa sem nenhum problema.

Ratinho Jr., governador do Paraná, depende do PSD para decidir seu destino. Se o PSD vier a ter candidato próprio a presidente, ele topará ser; se o PSD se dividir, ele não será e apoiaria Tarcísio. O PSD também poderá apoiar a reeleição de Lula.

E aqui reside a incógnita: com a saúde frágil, Lula disputará o quarto mandato? Na entrevista ao Fantástico, não lhe perguntaram a respeito. Lula falou basicamente sobre seus problemas de saúde e sobre sua recuperação.

Disse que 2023 e 2024 foram anos para plantar as sementes de um Brasil melhor do que recebeu, e que 2025 e 2026 serão anos de colheita. Reafirmou seu compromisso de só gastar o que a lei permite, e nem um centavo a mais. Quanto ao que fará depois…

Nem uma palavra. Antes, ao celebrar ao lado de médicos sua alta hospitalar, ele havia dito:

– Eu quero deixar a Presidência da República do mesmo jeito que deixei em 2010.

Em 2010, ele saiu com mais de 80% de aprovação popular e elegeu seu sucessor, Dilma Rousseff. E em 2026? Tentará se reeleger? Acho que, por enquanto,  nem ele mesmo sabe. Vai depender do estado de saúde dele e do estado de saúde do país.

Se ambos estiverem bem, Lula será candidato, e nesse caso, Tarcísio se candidatará à reeleição.

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