metropoles.com

O presidente Joe Biden vive seus últimos dias de candidato à reeleição

A vice Kamala Harris está pronta para o substituir

atualizado

Compartilhar notícia

Chip Somodevilla/Getty Images
Através de mezanino na Casa Branca se vê Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, ao lado de sua vice, Kamala Harris - Metrópoles
1 de 1 Através de mezanino na Casa Branca se vê Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, ao lado de sua vice, Kamala Harris - Metrópoles - Foto: Chip Somodevilla/Getty Images

A mais estranha injeção de ânimo aplicada nas últimas horas no presidente Joe Biden foi a declaração do senador democrata de esquerda Bernie Sanders, seu amigo, publicada na edição mais recente da revista The New Yorker:

“Às vezes, ele se confunde com nomes. Às vezes, ele não junta três frases, é verdade. Mas a realidade é que, por variadas razões, ele é o melhor candidato que os democratas têm. Tirá-lo da chapa faria muito mais mal do que bem”.

Do que se trata? De uma aliança de idosos? Biden tem 81 anos de idade; Sanders, 82. Ocorre que se reeleito em novembro próximo, Biden governaria sem conseguir juntar três frases até completar 85 anos. Seria possível?  Daria certo?

A última pá de cal na candidatura de Biden à reeleição está sendo jogada em respeitoso silêncio pela cúpula do Partido Democrata em Washington – a mesma que o apoiou para que vencesse as eleições internas do partido, e que agora o abandona.

Peça tudo a um político, qualquer coisa, menos que ele se deite dentro de um caixão e se disponha a ser enterrado. Ele será capaz de chorar e de ir até a porta do cemitério segurando na alça do caixão de um amigo, mas dali não passará.

A grande imprensa americana, Democrata de raiz, joga um papel importante na deposição de Biden quando clama, a uma só voz, para que ele renuncie à sua candidatura. Nos últimos anos, a imprensa fechou os olhos à decrepitude de Biden.

A Casa Branca protegeu seu ocupante por todos os meios, mas a imprensa colaborou por julgar que só Biden teria condições de derrotar o extremista de direita Donald Trump. O perigo era Trump. De resto, como demover Biden de ser candidato?

Foi o próprio Biden no seu primeiro debate com Trump que apontou o caminho ao fornecer provas chocantes de sua senilidade. Quem assistiu ao debate, não esquecerá. O que Biden disse que não passou de “uma noite ruim”, repetiu-se de dia.

Não bastasse, veio a bala que feriu a orelha direita de Trump e que poderia tê-lo matado. A situação mudou: de encarnação do mal, Trump passou à condição de vítima. Como enfrentá-lo com um candidato pelas tabelas que não junta lé com cré?

Os principais líderes do Partido Democrata já fizeram chegar a Biden a opinião de que ele deve sair do páreo por incapacidade de vencê-lo. E que se não sair, a história haverá de registrar que Biden preferiu baixar à sepultura na companhia do seu partido.

“O Estado, esse sou eu” é uma frase apócrifa atribuída a Luís XIV, Rei da França e de Navarra. Simboliza a monarquia absoluta e o absolutismo. O Partido Democrata não é Biden, como não foi nenhum dos seus antecessores. Espera-se que ele saiba disso.

Com a memória em frangalhos e tendo testado positivo para o Covid-19 pela terceira vez desde que assumiu a presidência, Biden deverá dar passagem à candidatura de sua vice-presidente, Kamala Harris. Será dela a tarefa difícil de bater-se com Trump.

As pesquisas dão Trump como favorito; ele se comporta como se sua vitória fosse certa, mas ainda não é. Faltam quatro meses para as eleições. Aqui e em qualquer lugar, quatro meses na política é muito tempo.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?