O presidente George W. Bush Júnior foi a uma escola no interior do estado do Arkansas, há duas semanas, para uma visita. Assim que chegou no colégio, reuniu as crianças no pátio e, depois do alvoroço, foi para uma sala de aula. Um assessor sussurrou:

– Tente ser simpático.

Candidato à reeleição, Bush sorriu apatetado e deu um tapinha na cabeça de um garoto, que reagiu. Gorducho, e com o cabelo bem ruivo, o garoto levantou o braço e disparou:

– Presidente, posso fazer uma pergunta?

Surpreso com a ousadia, Bush Júnior sorriu:

– Claro. Até três, disse sorrindo. Como é seu nome?

– Meu nome é Bob. Vou fazer então três perguntas. Por que o senhor invadiu o Iraque sem autorização da ONU? Cadê as armas de destruição em massa que o Iraque guardava? E por que o Osama Bin Laden até hoje não foi preso?

Bush ficou desconcertado. Olhou para um assessor, gaguejou e, quando ia começar a falar, o sinal do recreio tocou. Ele disse, suando em bicas e meio atrapalhado:

– Tudo bem, crianças. Nos falamos daqui a quinze minutos.

Vinte minutos depois, as crianças entraram esbaforidas na sala. O presidente estava cercado de seguranças. Um garotinho magrela, com os olhos esbugalhados e sem fôlego, perguntou de supetão:

– Presidente, posso falar com o senhor?

Bush piscou para as outras crianças, pegou no queixo do garoto e, tentando mostrar toda a sua simpatia texana, devolveu:

– Claro. Como é seu nome?

– Meu nome é Steve.

– Ok, Steve. Diga-me o que quer saber…

O garoto mandou na lata:

– Eu quero saber o seguinte: Por que o senhor invadiu o Iraque sem autorização da ONU?

Bush ficou surpreso. Quando ia falar, o garoto mandou outra:

– Cadê as armas de destruição em massa, e por que o Osama Bin Laden até hoje não foi preso?

Bush riu, amarelo, e ia falando quando o magrela Steve interrompeu de novo:

– E, por último, cadê o Bob?

 

(Publicado aqui em 9 de outubro de 2004)