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Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 8 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, 73 anos, tem um plano para escapar à prisão: mudar-se para outro país.
Foi o que ele já fez uma vez, acusado de ser corrupto, depois que o Congresso, em 1992, cassou seu mandato e os direitos políticos. Collor assumiu a presidência com 71% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha. Quando seu curto governo acabou, tinha 9%.
Em 1995, depois das mortes de sua mãe e do irmão Pedro Collor que o denunciara, foi morar em Miami numa casa alugada de dois andares, com quatro quartos e jardim que dava diretamente para o mar em rua de Bay Harbor, bairro de classe alta.
Autoexilou-se, como se disse à época, e como fez Bolsonaro, este ano, em Orlando, durante três meses. Collor voltou em 1998, e esgotado o prazo de sua cassação, retomou a carreira política. Era o que pretendia fazer Bolsonaro, mas ele se tornará inelegível
Collor cochicha aos ouvidos de amigos de fé que para atrás das grades não irá. Espera que sua defesa recorra da sentença junto ao Supremo, mesmo sabendo que ela deverá ser mantida. Até lá, tomará as providências necessárias para evadir-se, se for o caso.
O último presidente brasileiro a exilar-se foi João Goulart, derrubado pelo golpe de 1964. Aconselhado a pedir asilo antes de ser condenado e preso pela Lava-Jato, Lula não o fez. Ficou 580 dias preso. Saiu quando o Supremo anulou sua condenação.