O líder americano com mais pinta de ditador está à beira de se eleger
Quem torce por ele e quem torce contra
atualizado
Compartilhar notícia
Que países, regime, governantes ou ex-governantes torcem para que Donald Trump vença amanhã as eleições nos Estados Unidos e volte a ocupar a Casa Branca? Em entrevista recente ao canal francês TF1+, Lula disse torcer por Kamala Harris, que substituiu o presidente Joe Biden como candidata do Partido Democrata:
– Kamala Harris, ganhando as eleições, é muito mais seguro de a gente fortalecer a democracia nos Estados Unidos.
Bolsonaro e sua gangue torcem pela vitória de Trump na esperança de que ele os ajude a derrotar Lula em 2026. Em voz baixa, já se referem a Xandão, apelido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, como Xandinho. E dão como certa a suspensão da inelegibilidade de Bolsonaro por pressão de Trump.
Finalmente ontem, em suas redes sociais, Bolsonaro declarou apoio a Trump, afirmando que a eleição ocorre “no país mais democrático do mundo” e que o americano é “o maior líder conservador da atualidade”. Repetiu os argumentos que Trump usa para convencer as pessoas a votarem nele:
– [Os Estados Unidos projetaram poder] sob a gestão de Trump. Não tivemos guerras. A paz se fez presente em todo o globo. Em nome de todos os brasileiros que amam Deus, o Estado de Israel, respeitam a família, a propriedade privada, o livre mercado e a liberdade de expressão, nossos votos de sucesso.
No Congresso americano, ainda de forma tímida, deputados aliados de Trump começaram a se movimentar para elevar a pressão sobre o Brasil em temas como liberdade de expressão e anistia para os golpistas do 8 de janeiro. Bolsonaro espera beneficiar-se da anistia que depende da aprovação do Congresso.
Ainda este mês, uma missão de deputados bolsonaristas deverá viajar a Washington caso Trump se eleja. Ali, planejam se reunir com Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono do X, que Trump convidou para fazer parte do seu governo. Musk é inimigo mortal do ministro Alexandre de Moraes, que tirou o X do ar.
Em todo o mundo, líderes de países democráticos torcem para que Kamala derrote Trump, enquanto líderes de países onde a democracia se enfraquece ou não existe apostam suas fichas na eleição de Trump. Um deles é Javier Milei, na Argentina. Outro, Vladimir Putin, na Rússia. Outro, Viktor Orbán, na Hungria.
A Ucrânia invadida pela Rússia é fortemente apoiada pelo governo Biden com dinheiro e armas. Com Trump eleito, deixará de ser assim. Por todos os meios ilegais disponíveis, o governo de Putin energiza a campanha de Trump. O governo de Israel estendeu a guerra no Oriente Médio no aguardo de que Trump se eleja.
A China veria com bons olhos o retorno de uma administração que fragilizaria o sistema internacional construído pelos Estados Unidos depois da 2ª Guerra Mundial. Com o aumento de tarifas sobre produtos chineses, Trump oferece vantagens indiretas a Pequim, segundo Oliver Stuenkel, professor e analista da FGV-SP.
Os Estados Unidos parecem prontos para reeleger Trump, condenado por 34 crimes graves de falsificação de registros comerciais para encobrir dinheiro; responsável por mentir para bancos sobre o valor de propriedades; e em outros processos, por mentir sobre uma mulher a quem agrediu sexualmente.
Trump pede um dia, um único dia para governar os Estados Unidos como ditador. Veremos se terá esse dia e quantos a mais.