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O dique rompeu-se e o “LaMarçal” se espalha na véspera da eleição

Boulos é alvo de mais uma fake news

atualizado

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Marçal e o falso médico
1 de 1 Marçal e o falso médico - Foto: Reprodução

Se a extrema-direita ficar de fora do segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, confira depois: ela culpará o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Porque foi ele que tirou do ar o X, ex-Twitter, plataforma digital do homem mais rico do mundo, Elon Musk, empresário e ativista político.

O X foi punido por desrespeitar ordens da justiça e leis do Brasil. Seu dono confrontou Moraes por acreditar que ele não teria coragem de fazer o que fez. Em outros países, Musk jamais ousou comportar-se da mesma forma. Deve ter imaginado que o Brasil não passa de uma República de Bananas. Quebrou feio a cara.

Por fim, caiu na real. Musk não rasga dinheiro, acumula. Mandou pagar as dívidas e a multa imposta ao X. E esperou que ele voltasse ao ar pelo menos às vésperas do primeiro turno das eleições de amanhã. Assim, restabeleceria a voz da extrema-direita, órfã do seu mais eficiente canal de distribuição de fake news.

Ocorre que dívidas e multas foram pagas no lugar errado – na Caixa Econômica Federal, e não no Banco do Brasil. Com isso, o acesso ao X ainda vai demorar. Se ontem à noite já funcionasse, é certo que Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, o teria usado para uma vez mais tentar enganar os paulistas.

À falta do X, Marçal usou o Instagram, onde postou a falsa notícia de que Guilherme Boulos (PSOL), em 2021, com surto psicótico, internou-se em uma clínica para tratar o vício em cocaína. A mentira ficou algumas horas no ar. O Instagram retirou-a. Era manifestamente uma manobra para subtrair votos a Boulos.

Falsas notícias sempre circularam em datas próximas a eleições, não é novidade. Novidades são a internet e as redes, condutos ideais para disseminá-las. Informação é algo que só se publica se for veraz. Falsas notícias são desinformação e configuram crime. Nada têm a ver com liberdade de expressão.

Em 11 de dezembro de 1989, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial disputada por Lula e Fernando Collor, o empresário Abílio Diniz foi sequestrado em São Paulo  por quatro chilenos, dois argentinos, dois canadenses e um brasileiro, ligados ao Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), do Chile.

A libertação do empresário aconteceu na manhã do segundo turno da eleição, no dia 17. Na ocasião, a polícia apresentou camisetas do PT e material de campanha de Lula que supostamente teriam sido encontrados em imóveis alugados pelo grupo de criminosos; camisetas e material plantado ali para prejudicar Lula.

A pesquisa de intenção de votos do IBOPE, divulgada na noite do sábado, dia 16, deu Collor com 47% e Lula com 46%. Um empate técnico. Abertas as urnas no início da noite do domingo, Collor se elegeu com 42,75% dos votos válidos contra Lula com 37,86%. A ligação do sequestro com o PT jamais foi comprovada.

O dono da clínica Mais Consulta, Luiz Teixeira da Silva Junior, que emitiu o laudo dizendo que Boulos teria buscado atendimento por consumo de drogas, já foi condenado por falsificar diploma do curso de medicina e ata de colação de grau. O pastor Silas Malafaia saiu em defesa de Boulos:

“Esse bandido tem que ser preso. O psicopata do Pablo Marçal forjando documento contra Boulos para dizer que ele é dependente de drogas… Inadmissível! Não é porque Boulos é o nosso inimigo político que vamos aceitar uma farsa dessa”.

Malafaia, de repente, vestiu-se de justiceiro? Que nada. Ele quer ver Marçal derrotado para que seu candidato a prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, passe para o segundo turno e enfrente Boulos. Nunes solidarizou-se também com Boulos. Só falta o Bolsonaro.

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