O destino de Flávio Dino pertence a Lula, e ele está conformado
Precoce adeus à política, se for o caso
atualizado
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Ninguém ouviu da boca de Lula que ele indicará Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública, para a vaga da ex-ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal.
Aos que ousaram provocá-lo a respeito, e foram poucos, Lula respondeu com o silêncio. Foi o caso do ministro Luís Roberto Barroso, que defendeu a nomeação de uma jurista negra.
Dino fala a verdade quando afirma que Lula nunca tocou no assunto com ele. Os demais candidatos em campanha pela vaga, Jorge Messias (AGU) e Bruno Dantas (TCU) afirmam o mesmo.
Possível, é, que Lula tenha comentando alguma coisa com Janja, a primeira-dama, mas se comentou, ela não conta. É lenda que Janja saiba tudo que Lula pensa, ou que ele jamais a contraria.
Dino avançou uma casa ao admitir ao jornal O Globo o que não se cansa de repetir há mais de um mês para seus auxiliares no ministério: se convidado, não terá como dizer não.
Não se diz não a um pedido do presidente da República e se fica no governo. Um jurista como Dino não recusaria o cargo de ministro da mais alta Corte de Justiça do seu país.
Aos adversários políticos de Dino que insinuam que ele aceitaria o cargo para se projetar ainda mais e depois se lançar candidato à sucessão de Lula, Dino informa:
“Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais. Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá”.
É declaração de quem aspira ser nomeado? Pode ser. Mas pode ser também declaração de quem parece conformado com o que o destino lhe reserva, e ele por ora desconhece.
Está satisfeito no Ministério da Justiça e cheio de planos. Mas não irá a contragosto para o Supremo. Seja o que Deus quiser – ou Lula.