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O Brasil, a guerra de todos contra todos ou o triunfo da democracia

As eleições de outubro serão sobre isso

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
Bolsonaro Exército
1 de 1 Bolsonaro Exército - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Se o Brasil não é para amadores, se até seu passado é motivo de controvérsias, não se descarte o êxito de um golpe anunciado há 3 anos, com data marcada para ocorrer e comandado por um militar banido do Exército que planejou atentados a bomba a quartéis.

Os generais concederam a patente de capitão a Jair Bolsonaro para livrarem-se dele nos anos 80, e o proibiram de frequentar a caserna e de matricular os filhos em colégios militares. Agora que ele os levou ao poder, não desejam sair tão cedo.

Na última quarta-feira, o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que o Brasil corre o risco de enfrentar versão piorada do episódio em que uma multidão insuflada por Donald Trump invadiu o Congresso americano.

E alertou sobre as eleições que se aproximam: “A sociedade brasileira, no dia 2 de outubro, colocará um espelho diante de si. Se almeja a guerra de todos contra todos ou almeja a democracia e, a partir daí, faça suas escolhas de modo livre e consciente”.

Bolsonaro entendeu que a menções à guerra “de todos contra todos” é uma referência a ele, e à democracia a quem possa vencê-lo. Hoje, segundo as pesquisas, Lula pode. Logo, o que Fachin disse só reafirma a certeza de Bolsonaro de que ele torce por Lula.

É assim que funcionam as coisas na mente insana de um paranoico ignorante que nunca leu um livro e que se orgulha disso, que nunca participou de um debate, que desconfia de todo mundo, menos dos filhos formados à sua imagem e semelhança.

O mundo está repleto de pessoas desse tipo, mas quando uma delas alcança cargo tão elevado, as demais correm sério perigo. Dos que falam que um dia se matarão, diz-se que nunca terão coragem, que só querem chamar atenção, mas muitos se matam.

Quer-se aplicar o mesmo raciocínio a Bolsonaro, que no seu desespero ante a derrota que se avizinha, fala em golpe quase todo o dia. Tomara que ele não passe de um falastrão irresponsável, mas quem garante? Quem conhece o pensamento dos generais?

O golpe é usado como arma para assustar adversários e mobilizar seguidores, mas quem disse que a arma só dispara balas de festim como em cenas de filmes e novelas? Por medo, não por conversão às suas ideias, o país poderá reeleger Bolsonaro.

Uma coisa foi acordar em 1º de abril de 1964, o Dia da Mentira, com a notícia do golpe que aos 15 anos, estudante do Colégio Salesiano, no Recife, eu não sabia bem o que era. A televisão engatinhava. Outra, ver a história se repetir não como farsa.

Faço votos para que não seja assim.

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