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O braço direito de Lula enxovalha Brasília ao invés de ajudá-la

A miséria no Distrito Federal não é diferente da miséria na Bahia que Rui Costa governou por oito anos

atualizado

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Região administrativa do Sol Nascente, no Distrito Federal,
1 de 1 Região administrativa do Sol Nascente, no Distrito Federal, - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Chamar Rui Costa de idiota, como o fez o governador Ibaneis Rocha (MDB), é pouco. Talvez não seja o mais adequado. O chefe da Casa Civil da presidência da República, em viagem à Bahia, seu Estado, referiu-se com desprezo a Brasília como “Ilha da Fantasia”:

“Era melhor [a capital] ter ficado no Rio ou ido para São Paulo, Minas ou Bahia; para que quem fosse entrar num prédio daquele ou na Câmara ou no Senado passasse, antes de chegar no seu local de trabalho, numa favela, debaixo de um viaduto, com gente pedindo comida, com gente desempregada porque ali as pessoas vivem numa ilha ilusória, numa bolha de fantasia”.

E aduziu:

“Brasília é difícil porque lá fazer o certo, para muitos, está errado. E fazer o errado, para muitos, é o certo na cabeça deles”.

Costa cometeu um ato de sincericídio. A “bolha de fantasia a que se refere” é a Brasília que ele conhece. Nela vive a Corte. A esse espaço dá-se o nome de Praça dos Três Poderes, sede do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

De fato, na Brasília de Costa, que governou a Bahia por oito anos e que agora ocupa o segundo cargo mais poderoso do governo, só abaixo do presidente Lula, fazer o certo, para muitos, é errado, e fazer o errado, para muitos, é que é o certo.

Mal havia dado início ao seu primeiro governo em 2023, Lula carregou um monte de seus ministros para conhecer a miséria. Levou-os para visitar Brasília Teimosa, uma favela que crescia na praia do Pina, no Recife. Boa Viagem era área nobre, o Pina, não.

Entre as viagens internacionais que fez nos primeiros cinco meses do seu terceiro governo, Lula poderia ter incluído uma para que seus novos ministros conhecessem o Brasil além do cercadinho da Esplanada dos Ministérios, extensão da Praça dos Três Poderes.

Em época de aperto de contas, não precisaria levá-los a outro lugar. Bastaria dar um pulo no Sol Nascente, na Estrutural ou no Pôr do Sol, há pouca distância do Palácio da Alvorada. A Rocinha, no Rio, já foi a maior favela do Brasil. Hoje é o Sol Nascente.

Sairia barato e dispensaria a compra de um Aero-Lula mais luxuoso com maior autonomia de voo que o atual e ampla cama de casal. Costa ficaria surpreso com o cinturão de miséria que cerca Brasília e talvez até pudesse ajudá-la ao invés de a enxovalhar.

O arcabouço fiscal, aprovado na Câmara, estabelece limite anual de 2,5% para crescimento do orçamento do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Se a medida passar pelo Senado e por Lula, a capital do país poderá perder R$ 87 bilhões em 10 anos.

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