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O apoio de jornais a candidatos e a crise de confiança na mídia

O que uma coisa tem a ver com a outra

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1 de 1 Imagem colorida de Kamala Harris e Donald Trump - Metrópoles - Foto: Arte / Metrópoles

É prática corrente dos jornais e revistas americanos e ingleses declarar apoio a candidatos a cargos eletivos – de presidente da República a Primeiro-Ministro, e para baixo. Ou melhor: era prática corrente nos Estados Unidos até as eleições deste ano.

O jornal Los Angeles Times foi o primeiro a anunciar que não endossará nenhum candidato a presidente, e perdeu 2% dos seus assinantes; o jornal Washington Post também anunciou, perdendo 250 mil assinantes, cerca de 10% dos que o liam diariamente.

Em seguida, foi a vez do USA Today, arrastando com ele mais de 100 outros jornais locais abrigados sob seu guarda-chuva. O apoio aos candidatos se dava por meio de um editorial e não contaminava necessariamente o noticiário do veículo.

Os leitores estavam acostumados. De resto, o endosso público, para os veículos que o faziam,  permitia que os leitores conferissem o quanto isento ou partidário era o noticiário do jornal que tinham por hábito ler. A falta de endosso é igualmente legítima.

Então, por que a revolta de parte dos leitores dos jornais que até aqui apoiavam candidatos e que desistiram abruptamente de fazê-lo? Elementar: porque a decisão de tais jornais foi tomada a poucos dias das eleições, e porque ela beneficiará Donald Trump.

Os jornais que deram meia volta sempre endossaram de preferência candidatos do Partido Democrata, e Trump é Republicano. Não bastasse, Trump é o político americano que mais tenta desacreditar a imprensa e que vive às turras com ela.

Os donos dos jornais em questão são bilionários e têm negócios com o governo. O do The Washington Post é dono da Amazon. Trump ameaça retaliar os que não o ajudarem a se eleger. Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono do X, o ajuda.

Por que os que abdicaram de recomendar o voto em candidatos não o fizeram à maior distância do dia das eleições e depois de muita discussão com seus jornalistas? Se Trump não fosse candidato, eles teriam suspendido uma prática de décadas?

O dono do The Washington Post alega que o endosso a candidatos é uma das razões da crise de confiança enfrentada pela imprensa. Não diga! Somente agora foi que descobriu isso? Explique-se e reconquiste os leitores que abandonaram seu jornal.

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