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Notícia-crime contra Bolsonaro por prevaricação será arquivada

Sem marca de vacina na cueca, Augusto Aras, procurador-geral da República, salvará o presidente mais uma vez

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Aproximar de Lula Augusto Aras
1 de 1 Aproximar de Lula Augusto Aras - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Dará em nada a notícia-crime apresentada por um grupo de senadores ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente Jair Bolsonaro por crime de prevaricação, no caso da compra superfaturada de 60 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. É o que admitem ministros do próprio tribunal.

Ao ser alertado em março último pelos irmãos Miranda de que houve mutreta no negócio, Bolsonaro prometeu acionar a Polícia Federal para que investigasse tudo para descobrir os culpados, mas não o fez. Quer dizer: prevaricou. A ministra Rosa Weber foi sorteada para relatar a notícia-crime.

De pronto, ela determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste a respeito, uma vez que há “grave suspeita” de indícios de favorecimento e obtenção de vantagens no processo de compra do imunizante. E aqui está o nó: se a Procuradoria não concordar com a ministra, a notícia-crime irá para o lixo.

A última palavra cabe à Procuradoria. E ela há dois anos é comandada pelo procurador Augusto Aras (foto em destaque), fiel servidor de Bolsonaro, e que dele depende para realizar o sonho de sua vida – ser nomeado ministro do Supremo. Haverá por lá uma vaga este ano, e no próximo, mais uma.

Bolsonaro poderá até não se reeleger presidente, mas contará no Supremo com uma bancada de três ministros indicados por ele. Para defender-se em futuros processos, nada melhor. Por enquanto, no Supremo, Bolsonaro só tem como aliado certo o ministro Kássio Nunes Marques, que nunca lhe nega o voto.

O ex-juiz Sergio Moro saiu do governo acusando Bolsonaro de tentar intervir na Polícia Federal. O então ministro Celso de Mello provocou Aras para que abrisse um inquérito. Aras abriu, mas não só para investigar Bolsonaro, Moro também. Mais tarde, arquivou o inquérito “por falta de provas”. É o que fará novamente.

A notícia-crime é mais um fato que desgasta publicamente a imagem do presidente, assim como o pedido de prorrogação por mais de 90 dias do prazo de validade da CPI da Covid. Como tal, provocará resultados.

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