Nos EUA, jornais se calam. No Afeganistão, mulheres proibidas de falar
Sobre democracias e ditaduras
atualizado
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Depois do Los Angeles Times e do The Washington Post anunciarem que não mais apoiarão candidatos como faziam, foi a vez de o USA Today, com a quinta maior circulação impressa e a quarta maior circulação de assinantes digitais nos Estados Unidos, e de mais 200 jornais locais sob o seu guarda-chuva.
Garantem seus donos que não é por medo de terem seus negócios prejudicados caso Donald Trump se eleja presidente (só o Washington Post já perdeu com sua decisão mais de 200 mil assinantes em apenas uma semana). Seria porque concluíram que o apoio a candidatos foi um erro editorial. Taokey?
No Afeganistão, onde as mulheres são proibidas de falar em público, a partir de agora elas devem também se abster de recitar o Alcorão em voz alta na presença umas das outras. Segundo o jornal britânico The Telegraph, a restrição foi anunciada pelo ministro da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, Khalid Hanafi.
“Mesmo quando uma mulher adulta está a rezar e outra mulher passa, esta não deve rezar suficientemente alto para que a outra mulher a ouça”, declarou Hanafi. “A regra será implementada gradualmente, e Deus estará a ajudá-las em cada passo”. Os pormenores da nova lei ainda não são conhecidos.
Em países democráticos, o silêncio é voluntário se os negócios estão em jogo. O dono do Washington Post, por exemplo, é dono também da Amazon e de outras empresas que dependem do governo para continuar crescendo. Em países ditatoriais, como o Afeganistão, o silêncio é obrigatório sob pena de prisão ou morte.