No momento, o que mais assusta o governo na CPI da Covid
O que podem dizer Fábio Wajngarten e Eduardo Pazuello em seus depoimentos
atualizado
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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido nesta quarta-feira (5/5) pela CPI da Covid-19, no Senado. O general passou o fim de semana sendo treinado pelo governo para não dizer algo que poderá incriminá-lo. Deverá ser outra vez intimado a depor.
Mas, neste momento, o que mais assusta Jair Bolsonaro e os que o cercam atende por outro nome: Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, demitido em março último pelo ministro Fábio Faria (PSD-RN), das Comunicações.
Para não deixá-lo ao desamparo, o governo ofereceu-lhe três outros cargos, à sua escolha. Magoado, Wajngarten recusou-os. Preferiu voltar a São Paulo. Mas logo deu sinal de sua insatisfação ao criticar, em entrevista à Veja, Pazuello e seus assessores.
Então, o sinal vermelho acendeu no Palácio do Planalto, conforme conta a mais recente edição do TAG REPORT, das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros. Em outra ponta da Praça dos Três Poderes, a luz verde acendeu no Senado.
A CPI interessou-se pela história contada por Wajngarten a respeito das negociações fracassadas em 2020 para a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. O ex-secretário diz que esteve à frente das tratativas com o pleno consentimento de Bolsonaro.
Muitas perguntas ficaram sem respostas. Por que o publicitário Wajngarten, que cuidava da comunicação do governo, obteve autorização de Bolsonaro para negociar com a Pzifer? Era uma tarefa que não lhe cabia, e sim ao Ministério da Saúde.
Por que o ministério vetou a compra? Como foram os contatos e quais eram as relações entre Wajngarten, os representantes da Pfizer, Pazuello e Bolsonaro? Por que a transação arrastou-se por mais de seis meses, só se confirmando em dezembro?
A CPI quer as respostas. Por ora, não convocará Wajngarten a depor. Prefere deixá-lo sangrar um pouco mais.