Nem só o PDT e Ciro Gomes devem explicações aos seus eleitores
Somente o Centrão sob o comando de Arthur Lira votou a PEC do calote como se esperava
atualizado
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Uma radiografia da votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que poderá salvar Bolsonaro de uma derrota no ano que vem mostra que os partidos do Centrão votaram em peso com o governo, mas que parte dos partidos de oposição também.
Para ser aprovada, a PEC precisava de 308 votos. Obteve 312, 4 votos a mais. 212 votos foram de partidos assumidamente do Centrão: PSL, PL, PP, PSD, DEM, Republicanos, Solidariedade, PSC, Pros, Patriotas e PTB.
Os demais, da oposição ou ditos independentes, deram 59 votos para a aprovação da PEC: PSDB, PDT, MDB, PSB, Podemos e Cidadania. Se Ciro Gomes tem contas a prestar aos seus eleitores, outros líderes tão conhecidos quanto ele também têm.
Dos 32 deputados do PSDB que compareceram à sessão da Câmara, 22 votaram com o governo, seis contra, e três preferiram não votar. Seis dos sete tucanos paulistas votaram contra, e só um a favor. O governador João Doria comemora.
Os dois deputados tucanos gaúchos votaram a favor. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, diz que nada teve a ver. Se não teve, os deputados desobedeceram à sua orientação. Ou então ele não os orientou a votar nem contra nem a favor.
O PSDB é um dos partidos da chamada terceira via. O PSD de Gilberto Kassab também. E o Podemos, do senador Álvaro Dias. Doria e Leite disputam a indicação do PSDB para candidato à sucessão de Bolsonaro. A parada será decidida no dia 21.
O PSD tem candidato a presidente – o senador Rodrigo Pacheco. Dos 35 deputados do PSD que votaram a PEC, 29 foram a favor. Dos 10 deputados do Podemos ao qual se filiará Sergio Moro, cinco votaram a favor, quatro contra e um se absteve. Moro lamentou.
O gosto por dinheiro não tem fronteira partidária e não respeita ideologia.