Na reta final da CPI da Covid, o que empaca a aprovação do relatório
A votação ficou para a próxima semana. Bolsonaristas tentam aliviar para o lado do governo
atualizado
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Tudo está bem quando termina bem, e a CPI da Covid-19 ainda não terminou. Seu final ficará para a próxima semana, quando será votado o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Há pelo menos três pontos do relatório sujeitos a dúvidas. O primeiro, a imputação de 11 crimes ao presidente Jair Bolsonaro, número considerado excessivo por alguns senadores.
O segundo ponto: entre os 11, o crime de genocídio da população indígena. Senadores da cúpula da CPI acham que tal crime não se caracterizou e que seria forçar demais a barra.
O terceiro ponto: a atribuição de crimes aos três filhos de Bolsonaro, Flávio, senador, Carlos, vereador, e Eduardo, deputado federal. Denunciá-los seria também forçar a barra.
O vazamento em parte e no todo do relatório de Renan irritou a maioria dos integrantes da CPI. Deixou a impressão de que Renan queria servir-lhes um prato feito.
A bancada bolsonarista na CPI está com o discurso pronto para tentar desacreditar o relatório tão logo seja aprovado: não passaria de uma peça de campanha para beneficiar Lula ano que vem.
Convenhamos: não é um discurso original, mas o único possível diante do mar de provas e de indícios de que Bolsonaro conduziu deliberadamente mal o combate à pandemia.
Para ele, o importante não foi salvar vidas, mas evitar sérios danos à economia.