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Na guerra dos primos em Pernambuco, Marília Arraes está na frente

Para Lula, tanto faz como tanto fez

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A deputada e pré-candidata à governadora em Pernambuco, Marília Arraes se filia ao Solidariedade. Ela faz um símbolo de L com os dedos e ao fundo vê-se um banner seu com o ex-presidente Lula e balões - Metrópoles
1 de 1 A deputada e pré-candidata à governadora em Pernambuco, Marília Arraes se filia ao Solidariedade. Ela faz um símbolo de L com os dedos e ao fundo vê-se um banner seu com o ex-presidente Lula e balões - Metrópoles - Foto: Divulgação

João Campos (PSB), prefeito do Recife e herdeiro político do pai, Eduardo Campos, que governou Pernambuco duas vezes e morreu em um acidente de avião quando era candidato a presidente da República em 2014; João é o sujeito oculto desta eleição no seu estado.

“Se eu não derrotar o Príncipe agora, na eleição de 2026 será mais difícil”, disse-me em janeiro último Marília Arraes (SOLIDARIEDADE), deputada federal, quando ainda amadurecia a ideia de candidatar-se ao governo do estado e era filiada ao PT.

“Príncipe” é como ela chama João, seu primo, com ironia. Marília e Eduardo são netos de Miguel Arraes, que governou Pernambuco três vezes. Na primeira, foi deposto em 1964 e obrigado a exilar-se. João elegeu-se prefeito derrotando Marília em 2020.

O PSB governa Pernambuco há 16 anos. Danilo Cabral foi lançado pelo partido para suceder a Paulo Câmara e esquentar a cadeira de governador até a chegada de João. Em 2024, segundo o plano, João se reelegeria prefeito, e dois anos depois governador.

Então, Marília deu adeus ao PT, que se coligou com o PSB para eleger Cabral em troca do apoio do partido à candidatura de Lula a presidente; foi à luta pelo domínio do centro atraindo aliados que antes apoiavam o PSB; e fez tudo isso sem se afastar de Lula.

Cabral, deputado federal, é do PSB raiz. Apoiou Lula quando o PSB o apoiou. Quando o PSD se distanciou do PT, Cabral votou a favor do impeachment de Dilma. Marília é lulista desde que o avô era vivo e presidia o PSB. Pernambuco é o estado mais lulista do país.

Nunca antes na história de Pernambuco o número de candidatos ao governo foi tão grande (11). Nunca antes, a pouco mais de 30 dias das eleições, quatro candidatos disputaram o segundo lugar, uma vez que o primeiro já tem dono – Marília.

Segundo a nova pesquisa Ipec, ex-Ibope, Marília tem 33% das intenções de voto contra 12% de Raquel Lyra (PSDB), 11% de Anderson Ferreira (PL), 9% de Miguel Coelho (UNIÃO BRASIL) e 8% de Cabral. Por ora, Danilo Cabral está mais para “Danulo”.

Lula já posou para fotos com Cabral, gravou vídeos e pediu votos para ele em comícios no Recife e no interior de Pernambuco, e não adiantou. A culpa não é de Cabral, mas do PSB. Há dois anos, o partido perdeu prefeituras importantes. É desgaste de material.

Mãe de duas meninas, uma com sete meses, Marília está grávida novamente. É possível que em um eventual segundo turno enfrente Anderson, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, município do Grande Recife, candidato apoiado por Bolsonaro.

Caso Marília se eleja, a batalha final entre os primos (ela x João) deverá ser travada daqui a quatro anos. A não ser que João fuja da raia.

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