Na eleição mais feminina do Brasil, o embate entre Raquel e Marília
Duas pesquisas, amanhã, apontarão qual delas largou na frente
atualizado
Compartilhar notícia
A mais feminina eleição do Brasil será retomada hoje com a volta à cena de Raquel Lyra (PSDB), ex-prefeita de Caruaru, candidata ao governo de Pernambuco e segunda colocada no primeiro turno.
Sua vice é Priscila Krause (Cidadania). A primeira colocada foi Marília Arraes (Solidariedade), neta do ex-governador Miguel Arraes. Teresa Leitão (PT), deputada, elegeu-se senadora.
No domingo do primeiro turno, Raquel preparava-se em casa para ir votar quando um infarto fulminante matou seu marido. Ela guardou luto por sete dias. Priscila ficou cuidando da campanha.
Na sua ausência, os bolsonaristas declararam apoio a ela, bem como outros candidatos de direita que disputaram a eleição. Todos os partidos de esquerda deram apoio a Marília.
Raquel foi aconselhada por amigos e parentes a anunciar seu voto em Lula, que em Pernambuco teve 65% dos votos contra 29% de Bolsonaro. João Lyra, pai de Raquel, pediu a Lula que a apoiasse.
Mas Lula não tem como. Seu acordo é com o PSB que governa Pernambuco há 16 anos. Como o candidato do PSB perdeu e o partido apoiará Marília, é com ela que Lula irá.
Apesar dos conselhos que ouviu, Raquel, que no primeiro turno votou em Simone Tebet (MDB), não dará apoio nem a Lula nem a Bolsonaro. Ela quer “pernambucanizar” a campanha.
Marília quer o contrário: nacionalizar. Amanhã, pesquisas Ipec e Ipespe dirão quem saiu à frente – se Raquel ou Marília. Pernambuco, pela primeira vez, será governado por uma mulher.
Pela primeira vez também, uma mulher se elegeu senadora por Pernambuco. Sinal de novos tempos? É cedo para dizer. Apenas uma mulher se elegeu deputada federal – a irmã de Marília.