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Moro ainda está longe de ameaçar o favoritismo de Lula e Bolsonaro

Eleição de 2022 foi para o forno mais cedo do que se imaginava

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro e Sergio Moro
1 de 1 Jair Bolsonaro e Sergio Moro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ficou combinado com Valdemar Costa Neto, dono do Partido Liberal (PL), que o presidente Jair Bolsonaro escolherá quem quiser para ser seu vice. Será de outro partido ou será um sem-partido como ele é desde que abandonou o PSL em meados do primeiro ano de governo. Bolsonaro ainda não decidiu quem será.

Curioso é que tanto ele como Lula, a certa altura, desejaram o mesmo vice – Luiza Trajano, dona da rede de lojas Magazine Luiza. A empresária disse não aos dois. Com a disparada da inflação e a alta do dólar, a vida não está fácil para ninguém, nem mesmo para ela. Vale mais a pena cuidar do seu próprio negócio.

O de Bolsonaro e de Lula é manter-se na liderança das pesquisas de intenção de voto, e à confortável distância dos concorrentes. Por ora, tudo sugere que atingiram seu teto nas simulações de primeiro turno. Juntos, detém algo como 55% das intenções de voto espontâneas, e quase 70% das intenções de voto estimuladas.

A posição de Lula é mais sólida, e não só porque ele lidera as pesquisas com folga. Lula não tem adversário pela esquerda onde impera soberano. Pela esquerda, Ciro Gomes (PDT) não é páreo para ele. Se não conseguir operar um milagre, Ciro arrisca-se a não ser páreo para ninguém. O sinal amarelo acendeu para Bolsonaro.

O ex-juiz Sergio Moro entrou no páreo e corre na raia dele. Ainda não o ameaça, e talvez nunca venha a ameaçá-lo. Mas é um incômodo para Bolsonaro. Fala a mesma língua dele, e com mais destreza. Disputa o mesmo eleitor. Mais adiante, em dobradinha ou não com João Doria, poderá encarnar o candidato nem, nem.

Moro está a salvo de cobranças pelo que fez ou não pelo bem do país, Bolsonaro será cobrado por isso. Moro leva a vantagem de apresentar-se como candidato de oposição ao governo, vantagem maior quando se trata de um governo que foi mal. Pelo que fez com Lula, será cobrado pelo PT, mas isso já está precificado.

A esquerda jamais dará votos a Moro, mas a direita dará a ele e em menor quantidade a Doria. Direita é direita e atende também pelo nome fantasia de centro, nem, nem, e o que mais se inventar. Salvo a extrema direita que tem coragem de mostrar a face, a direita brasileira ainda tem vergonha de se assumir como tal.

Entre a esquerda e os muitos tons de direita corre um rio caudaloso de eleitores que não ligam para uma margem nem para a outra. Votarão em quem for capaz de despertar esperança em dias melhores.

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