Mistério em torno do que Bolsonaro dirá em Brasília e em São Paulo
Ganha um fim de semana com tudo pago em Cabul quem for capaz de antecipar suas falas no dia 7 de setembro
atualizado
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Nem dona Michelle, que divide a cama com ele, nem o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria do Governo, capaz de literalmente ajoelhar-se aos seus pés com as mãos atrás da nuca, fazem a menor ideia do que o presidente Jair Bolsonaro dirá nas manifestações de 7 de setembro em Brasília e em São Paulo.
Por conhecerem bem a peça, poderão supor que o discurso em Brasília pela manhã será mais ameno do que o discurso que Bolsonaro fará à tarde na Avenida Paulista, mas é só. Alguns auxiliares do presidente o aconselham a não se deixar contaminar pelo ardor das multidões e os dizeres dos cartazes e faixas.
Bolsonaro ouve, mas nada responde. Decidirá na hora e levará em conta as circunstâncias. Põe fé no seu faro. Não quer decepcionar seus devotos. Não pode dar-se ao luxo de perder votos porque a moderação não combina com seu perfil. Cuidará apenas de não falar o que possa acarretar-lhe novos processos.
Nos últimos dois dias, afirmou três vezes que seu destino poderá ser a prisão depois que deixar a presidência da República. Soa a medo? Medo pode ser de fato. Mas é uma forma de se martirizar e de clamar por mais apoio dos que o idolatram. Seu maior temor é que um dos seus filhos seja preso. Aí ele perderá a cabeça.