Ante o risco de desabastecimento dos estoques do Ministério da Saúde, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica recomendou aos laboratórios privados que testem somente vítimas da Covid-19 em estado grave. Os demais que se virem.

Em resposta, o Ministério da Saúde informou estar atento à situação, que realiza o monitoramento dos estoques de insumos necessários para os exames, mas que cabe aos estados e municípios adquirirem os recursos para os diagnósticos.

De sua parte, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde pediu ao ministério “o aporte de recursos financeiros para abertura, no menor tempo possível, de pontos de testagem em massa para acesso de primeiro contato de toda a população”.

Está com pinta ou não de que a aplicação de testes ficará aquém do necessário? Não seria novidade, tamanha a desorganização do governo e seu pouco empenho em combater a pandemia. Só o faz empurrado e quando bate o medo de perder a eleição.

O presidente Jair Bolsonaro deu-se ao desplante de saudar a chegada ao Brasil da Ômicron, a nova variante do vírus:

“Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveriam até… Segundo algumas pessoas estudiosas e sérias e não vinculadas a farmacêuticas, dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia.“

O troco não tardou. O diretor-executivo do programa de emergências em saúde da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, afirmou que “este não é o momento de declarar que o vírus é bem-vindo, pois nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo”.

Por muito menos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, está ameaçado de perder o emprego. Ele participou de uma festa em Downing Street, sua residência oficial, enquanto o país era exortado a se isolar para a contenção da pandemia.

Aqui, Bolsonaro não usa máscara, nega-se a tomar uma vacina, prega a livre circulação do vírus, é contra medidas de isolamento social e defende que morram os que tiverem de morrer porque ele não é coveiro. E tudo fica por isso mesmo. “God save the brazilians.”

 

Nota do Ministério da Saúde 13h50:  O Ministério da Saúde informa que a compra de exames para detectar Covid-19 é dividida com estados e municípios e garante prestar todo apoio. “Desde o início da pandemia foram entregues mais de 27,4 milhões de testes RT-PCR e 38,8 milhões de testes rápidos de antígeno no país”.