Martins está fora, Mendonça e Aras ainda disputam vaga no STF
Nos seus lances finais, como está o xadrez político jogado por Bolsonaro para preencher a próxima vaga de ministro do Supremo
atualizado
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Quase no seu fim, o jogo de xadrez político jogado pelo presidente Jair Bolsonaro que culminará com a indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal está no seguinte pé.
Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça, e aspirante à indicação, é peça fora do tabuleiro. Ele bem que se esforçou para agradar os eleitores evangélicos de Bolsonaro.
Fez-lhes vários favores, além de se dizer também evangélico, uma vez que Bolsonaro anunciou que a vaga a abrir-se no fim de julho será de alguém “terrivelmente evangélico”.
Mas Martins, de fato, é adventista, uma espécie de dissidência judaica. Para os evangélicos, isso equivale quase a ser um herege. Restaram no tabuleiro duas peças a serem movidas por Bolsonaro.
A primeira, na qual ele aposta, é André Mendonça, ex-ministro da Justiça, atual Advogado-Geral da União, que no passado elogiou a eleição de Lula para presidente, mas depois virou bolsonarista.
Mendonça merece o título de “terrivelmente evangélico”. Não por isso, a aprovação ao seu nome enfrenta resistência no Senado. Se nomeado, ele ficaria devendo mais a Bolsonaro.
Os senadores querem também que o novo ministro sinta-se em débito com eles para, assim, ser mais sensível aos seus desejos na hora de votar certos processos – se é que vocês me entendem…
Caso se convença de que Mendonça poderá ser barrado no Senado, Bolsonaro indicará Aras, substituindo-o na Procuradoria-Geral da República pela procuradora Ludmila Galvão, do Distrito Federal.
Se Bolsonaro não indicar Mendonça nem Aras, preferindo um terceiro nome, não importa qual, é porque perdeu o jogo.