Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, peça para sair
Orçamento do setor foi reduzido em 99%
atualizado
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Quando soube que, a pedido do ministro Paulo Guedes, da Economia, o Congresso reduzira a pó o orçamento de sua pasta, o ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovação, falou em pedir demissão. No dia seguinte, disse que ficaria no cargo em consideração aos jovens cientistas que precisam dele.
Ontem, voltou a reclamar – desta vez em mensagem postada no Twitter:
“Falta de consideração. Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a Comunidade. Científica e Setor Produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente”.
E se não for corrigido, e muito menos urgentemente? O que pesará mais: sua consideração pelos jovens cientistas ou seu apego ao emprego? Antes, ele era apenas lembrado como o primeiro e único astronauta brasileiro até aqui. Dava palestras e vendia um bonequinho onde aparecia em trajes de astronauta.
Preocupado em agradar a Força Aérea depois de tanto agradar o Exército e a Marinha na montagem do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro lembrou-se de Pontes e o escalou para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Mas de que adianta ser ministro e não ter dinheiro para gastar e investir?
Do ministério foram retirados 600 milhões de reais para uso em outras áreas. O ministério ficou apenas com 89,8 milhões. Os recursos específicos para projetos de ciência e tecnologia caíram de 655,4 milhões para 7,2 milhões. Dá para nada, a não ser para revelar o apreço que o governo tem pela ciência e tecnologia.