Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara, o novo homem-bomba
Bolsonaro mexeu com quem não devia e agora teme receber o troco
atualizado
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É do Amazonas que eles veem – Omar Aziz (PSD), senador, presidente da CPI da Covid-19 e possível candidato ao governo do seu Estado ano que vem; e agora Marcelo Ramos (PL), deputado federal e vice-presidente da Câmara.
Jair Bolsonaro enganou-se no caso de Aziz, que julgava um político capaz de atuar com moderação à frente da CPI em troca de certas vantagens. Enganou-se também no caso de Ramos, escolhido para vice por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Há dois dias que Bolsonaro atribui a Ramos a quase triplicação dos recursos destinados a financiar as próximas eleições. O aumento foi aprovado por larga maioria no Congresso. Votaram a favor Eduardo e Flávio Bolsonaro, e todos os bolsonaristas.
Ramos presidiu a sessão da Câmara e, por isso, não votou. Chegou a pôr em votação um pedido de destaque que poderia ter eliminado o aumento escandaloso, mas faltou apoio para isso. Então por que Bolsonaro o culpa? Para livrar a cara dos seus.
Resultado: Ramos anunciou seu rompimento com o governo. E disse que pedirá a Lira acesso às dezenas de processos de impeachment contra Bolsonaro engavetados na Câmara. Pretende examiná-los desde já. No futuro, quem sabe?
No futuro, Ramos só poderá aceitar qualquer um dos pedidos de impeachment se estiver substituindo Lira na presidência da Câmara. Isso poderá acontecer se Lira viajar ao exterior, ou se estiver no exercício da presidência da República, ou de licença.
A ameaça de Ramos não passará de blefe? Quem pode saber…