Lula só depende dele, Bolsonaro do seu governo, e Moro do quê?
O principal problema do ex-juiz é sua alta rejeição, só menor do que a do presidente
atualizado
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Lula (PT) bate forte em Bolsonaro (PL), que bate sem dó nem piedade em Sergio Moro (Podemos), que devolve as pancadas que recebe. E assim será pelos próximos meses. Por ora, Lula não tem por que bater em Moro, que toma votos de Bolsonaro. Nem Bolsonaro tem por que bater em Lula, que quer como adversário.
O que Bolsonaro chama de “sistema” apostou suas fichas em Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, para candidato do PSDB a presidente da República – deu João Doria, governador de São Paulo. Como não acredita nas chances de Doria vencer Lula, agora aposta em Moro para candidato nem, nem.
Doria sonha com Moro como seu vice, que sonha com Doria como o seu. Os dois juram amor eterno um pelo outro, cada um com seus problemas. O de Doria é continuar na lanterninha das pesquisas de intenção de voto. O de Moro, sua alta taxa de rejeição. É o segundo candidato mais rejeitado, o primeiro é Bolsonaro.
Se a eleição fosse hoje, no primeiro turno Lula teria 46% dos votos, Bolsonaro 23%; Moro 10%; Ciro Gomes (PDT) 5%; Doria 2%, Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Ávila 1% cada um, segundo a nova pesquisa Quaest. Na simulação de segundo turno, Lula venceria Bolsonaro (55% a 31%), Moro (53% a 29%) e os demais.
Lula parece ter atingido o seu teto. A pesquisa trouxe boas notícias para Bolsonaro, não para Moro. O governo era avaliado como ruim ou péssimo por 56% dos brasileiros há um mês, e agora por 50%. No Centro-Oeste, caiu de 54% para 44% a rejeição a Bolsonaro; no Norte, de 59% para 50%; e no Sul, de 54% para 40%.
Se antes 59% das mulheres rejeitavam Bolsonaro, agora são 50%. Entre os jovens, a rejeição despencou de 61% para 52%. É fato que 70% dos brasileiros dizem que a economia piorou este ano, mas para 41% ela irá melhorar em 2022, ano da eleição. Lula só depende dele, Bolsonaro do seu governo, e Moro do quê?