metropoles.com

Lula quer menos falação de sua equipe e mais trabalho

Manda quem pode, obedece quem tem juízo e preza o emprego

atualizado

Compartilhar notícia

Breno Esaki/Especial Metrópoles
Brasília (DF), 01/01/2023. Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto e recebe a faixa presidencial. Cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da república nas eleições de 2022
1 de 1 Brasília (DF), 01/01/2023. Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto e recebe a faixa presidencial. Cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da república nas eleições de 2022 - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Dê-se um desconto: tem ministro que sequer tomou posse. É o caso de Simone Tebet (MDB-MS), do Planejamento, que hoje tomará posse. Só ontem foram empossados mais dois: Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

Dê-se outro desconto: em um governo centralizador como foi o passado, só o presidente falava, e na maioria das vezes dizia besteiras. Ou então alguém designado por ele. Paulo Guedes, da Economia, sentia-se à vontade para falar e muitas vezes dizia besteiras. Era um desses apaixonados pela própria voz.

Bolsonaro tinha predileção em atravessar a rua para ir pisar numa casca de banana. Ninguém está a salvo de pisar numa casca de banana que não viu à sua frente; mas avistar uma do outro lado da rua e pisá-la é queda certa. Deve ser coisa de quem foi treinado para pôr a vida em risco com o paraquedas semifechado.

Silêncio combina com ditadura. O barulho é próprio da democracia, assim como a exposição de divergências, o debate acalorado, a negociação arrastada, a busca de consensos sem os quais nada anda. A palavra é a única arma que se dispara. A bala é o voto. Com ele, ou não falta dele, ganha-se e perde-se batalhas.

Quem tem o dom da palavra como Lula não vai querer calar a voz de ninguém. Mas quem tem como ele a responsabilidade de governar sabe que o excesso de ruídos costuma fazer muito mal. É por isso que reunirá amanhã pela primeira vez seus 37 ministros para adverti-los: vamos governar mais e falar só o necessário.

Nada de falar pelo governo quando o que se diz não foi autorizado por quem é dono da palavra final. O bate cabeça provoca insegurança pública e causa prejuízo. E passa a impressão de que o barco está à deriva. Talvez Lula renove a advertência que fez em 2002 depois de eleito: aqui, somente eu e o vice fomos votados.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?