Lula hesita em quebrar o isolamento, sair às ruas e viajar pelo país
Ele não quer ser acusado de promover aglomerações
atualizado
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Sondado sobre sua disposição em comparecer às manifestações contra o governo Bolsonaro do último sábado, dia 29, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva respondeu que não seria o caso.
Ele ainda não quer ser visto em atos públicos para não dizerem que é um homem de duas palavras – recomenda o isolamento por causa da pandemia, mas provoca aglomerações.
Não quer parecer-se com Bolsonaro. Esta semana, ocupou parte dos seus dias submetendo-se a exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, aos cuidados do cardiologista Roberto Kalil.
A saúde vai bem, e por ora Lula só quer conversar, a sós ou em pequenos grupos. Mas começou a ser aconselhado a viajar ao Nordeste, sua fortaleza de votos, para marcar presença.
Do marketing de sua campanha a presidente no ano que vem, se encarregará um publicitário baiano que já trabalhou para o senador Jaques Wagner e o PT nacional.
Das redes sociais, o jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) durante o segundo mandato presidencial de Lula.
No próximo dia 23, o Supremo Tribunal Federal vai retomar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no processo do tríplex de Lula. Faltam votar dois ministros.
Mas já tem maioria formada a favor da suspeição. O temor de Lula é que o desfecho do julgamento seja adiado. Até o final deste mês, ainda prefere manter-se recolhido.
Não contem com ele, portanto, para as manifestações anti-Bolsonaro convocadas para o próximo sábado, dia 19. Seus promotores calculam que elas serão maiores que as anteriores.
Desta vez, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Sem Terra (MST) não irão limitar-se a enviar representantes.