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Lula continua favorito para se eleger no primeiro ou segundo turno

No que a eleição deste ano é parecida com a de 2006 quando ele foi reeleito

atualizado

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O ex-pO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta para o alto com as mãos
1 de 1 O ex-pO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta para o alto com as mãos - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

É voz corrente: pesquisa de intenção de voto é retrato de um momento, certo? Com 29 dias pela frente a partir de hoje, muita coisa ainda pode acontecer, certo?

Não é bem assim. Pesquisa é retrato de um momento, mas uma porção delas, feita ao longo do tempo, revela tendências que indicam uma direção provável.

Eleição tem sua lógica, e só o incerto ou imprevisível reverte seu rumo. A facada em Bolsonaro, há 4 anos, foi imprevisível. Mas não foi ela que o elegeu, e sim o fato de que Lula estava preso.

A primeira eleição presidencial pelo voto popular depois do fim da ditadura militar de 64 aconteceu em 1989. Desde então, ganhou o candidato que a essa altura do ano liderava as pesquisas.

Exceção: em 2014, a essa altura, Dilma (PT) e Marina Silva (PSB) estavam na frente empatadas. Semanas antes, Eduardo Campos (PSB), candidato a presidente, morrera em um acidente aéreo.

Marina, sua vice, o substituiu. A comoção nacional catapultou-a. O marketing agressivo e sem piedade do PT barrou seu crescimento, dando passagem a Aécio Neves (PSB) que perdeu por pouco.

Em 1998, a reeleição de presidente, governador e prefeito tornou-se possível. Todos os presidentes candidatos a um segundo mandato venceram – Fernando Henrique (PSDB), Lula e Dilma.

Bolsonaro corre o risco de ser a primeira exceção à regra. Para não ser, terá que contrariar a regra de que há tão pouco tempo da eleição como agora vence quem lidera as pesquisas.

A eleição deste ano parece com a de 2006, mas por outra razão. Naquela, em que Lula se reelegeu, o candidato em segundo lugar, Alckmin (PSDB), subiu na reta final do primeiro turno.

A certa altura, Alckmin deu a impressão de que poderia passar Lula pelo menos no início do segundo turno. Alckmin acabou tendo no segundo turno menos votos do que teve no primeiro.

Em 2018, candidatos da direita, os votos de Alckmin, Alvaro Dias (PODEMOS), Amoedo (NOVO), Daciolo (PATRIOTA) e Henrique Meirelles (MDB) foram para Bolsonaro no segundo turno.

Nesta eleição, o crescimento de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) pode salvar Bolsonaro de uma derrota no primeiro turno, mas a maioria dos votos deles irá para Lula no segundo.

Pesquisa Datafolha dá Bolsonaro atrás de Lula em todas as regiões do país. Ele cresceu em São Paulo, mas o PT ganhou 3 eleições presidenciais (2006, 2010 e 2014) perdendo em São Paulo.

Aécio derrotou Dilma em São Paulo com folga em 2014 e quase se elegeu na eleição mais renhida da história recente. Dilma se reelegeu derrotando-o em Minas Gerais e no Nordeste.

Quanto ao incerto ou imprevisível… O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse em maio último que buscará a reeleição nas eleições do final de 2023.

Investigada por corrupção, a vice de Fernández, a ex-presidente Cristina Kirchner, estava em baixa até quase ser morta por um brasileiro que disparou duas vezes contra ela. A arma falhou.

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