Kátia Abreu dispara para ministra do Tribunal de Contas da União
O monarquista Raimundo Carreiro será sabatinado no Senado e assumirá a embaixada do Brasil em Portugal
atualizado
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É pule de 10 ou, digamos sem exagero, de quase isso que a senadora Kátia Abreu (PP-TO) disparou para vencer a prova que poderá resultar na sua indicação para a vaga de ministra do Tribunal de Contas da União, no lugar de Raimundo Carreiro.
Ela disputa o páreo com os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo. A vaga pertence ao Senado. Será de quem o Senado indicar. Mas foi o presidente Jair Bolsonaro quem deu um jeito de abri-la.
No início deste ano, depois de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se eleger presidente do Senado, Bolsonaro quis fazer-lhe um agrado. Então, convenceu Carreiro a se aposentar antes do tempo e ofereceu-lhe a vaga de embaixador do Brasil em Portugal.
A vaga demorou a ser aberta porque o atual embaixador estava doente. Bolsonaro esperou que ele ficasse bom para só então despachá-lo. Carreiro deverá ser sabatinado amanhã pelos senadores. O governo português informou que está tudo ok.
Ocorre que Pacheco, à época no DEM e agora no PSD de Gilberto Kassab, tem presidido o Senado com mais independência do que gostaria Bolsonaro. E, ontem, praticamente admitiu que será candidato a presidente da República no ano que vem.
Se dependesse de Pacheco, o sucessor de Carreiro no tribunal seria Anastasia, seu aliado em Minas, que prometeu apoiá-lo para presidente. Bolsonaro, que antes nada tinha contra Anastasia, passou a ter. Kátia viu a brecha aberta e entrou.
O mandato de senador de Bezerra Coelho acaba em 2023. Um dos seus filhos é candidato ao governo de Pernambuco e não pode tê-lo na chapa. De resto, Bezerra Coelho responde a processos na Justiça. Como ministro de tribunal, estaria mais protegido.
A essa altura, além do PP de Arthur Lira (AL), presidente da Câmara, e de Ciro Nogueira (PI), chefe da Casa Civil, Kátia tem o apoio do senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) e de ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Carreiro não vê a hora de desembarcar em Lisboa. Ficará mais perto de reis, rainhas, príncipes e princesas europeias que tanto o encantam. É monarquista, sempre foi, e não esconde. Não bastasse, o prédio da embaixada é uma beleza, digno de um nobre.
Come-se e bebe -se muito bem em Lisboa, o trabalho não é pesado, e ele não terá problemas com o idioma local.