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Jornalistas na mira da Polícia Federal 

A reportagem comprada que nunca foi publicada

atualizado

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PF/Divulgação
Operação da Polícia Federal em Tocantins
1 de 1 Operação da Polícia Federal em Tocantins - Foto: PF/Divulgação

Há mais ou menos um mês, os jornalistas em Brasília se depararam com o que seria uma nova operação da Polícia Federal. As informações que circulavam nos bastidores da capital apontavam a existência de uma operação de envergadura. O codinome? Operação Gutenberg. O alvo da PF? Jornalistas.

Há duas semanas, a boataria se tornou mais forte. A ponto de ministros receberem visitas de repórteres especiais e diretores de redação para saber se a história tinha algum tipo de fundamento. Deixaram os gabinetes que visitaram com a pulga atrás da orelha. Um dono de revista chegou a ligar para um ministro, dizendo que estava disposto a dar o troco ao governo.

Entre os boatos e as histórias estranhas que surgiram, estavam desde a escuta telefônica de jornalistas até ameaças de flagrantes… Tudo estranho!

Nada se confirmou desde então. Mas o fato é que gente de dentro da PF alertou os “coleguinhas”. Por causa da eleição municipal, tudo ficou em suspenso. Inclusive as desconfianças. A PF nega, oficialmente, a existência da operação. E o Ministério da Justiça, idem.

Mas o fato é que há uma investigação em curso, tocada pelo Ministério Público Federal, que esbarra na imprensa. É a que trata das ligações do Comendador Arcanjo com políticos em Mato Grosso.

Segundo uma fonte da Polícia Federal, entre uma batida policial e outra, há alguns meses, agentes localizaram, no meio das coisas do comendador, uma reportagem “inédita”. A matéria, feita por um veículo de grande circulação, jamais foi publicada. Esmiuçava uma suposta ligação entre o ex-governador Dante de Oliveira e Arcanjo.

A matéria teria sido comprada por Arcanjo diretamente da fonte que a produziu. Isso não significa que o autor – um jornalista sério e isento – a teria vendido. Mas o fato é que Arcanjo a obteve e conseguiu, além de sair ileso, “apagar a memória”. Isso resultou em assassinato.

Entre as fontes que teriam sido apontadas nas anotações que estavam com a “reportagem”, havia o nome de um jornalista. O diretor de um jornal de Mato Grosso que foi assassinado, suspeita a PF e um procurador da República, a mando do comendador.

Detalhe. A “reportagem inédita” foi concluída bem antes da morte deste jornalista. Ou seja, a “venda” da matéria a Arcanjo resultou na morte do jornalista.

É isso que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal estariam investigando. E, por causa disso, esbarrando em repórteres, diretores e até proprietários de veículos de comunicação.

 

(Publicado aqui em 10 de outubro de 2004)

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