João Doria chega ao dia das prévias do PSDB como favorito
Foi a luta do voto espontâneo contra o voto buscado a qualquer preço
atualizado
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Enfim, a poucas horas do início da votação que escolherá hoje o candidato do PSDB a presidente da República, duas aparentes verdades parecem se consolidar: que João Doria, governador de São Paulo, deverá ser o escolhido e não Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. E que não haverá nenhuma debandada em massa do partido se o resultado for de fato esse.
Mais forte é o poder do dinheiro. Quem está no PSDB e pretende disputar as eleições do ano que vem precisa para isso de recursos dos fundos partidário e eleitoral. O candidato a presidente jogará um papel importante na definição de quem será menos ou mais aquinhoado. Então por que se indispor com ele? Ou por que trocar de partido para enfrentar o mesmo problema?
Doria ou Leite terá pela frente o desafio de decolar nas pesquisas de intenção de voto porque, do contrário, de nada terá adiantado vencer as eleições primárias do PSDB. Se não unir o partido, a tarefa se tornará praticamente impossível. Poucas vezes, de fato, o PSDB foi à guerra como um exército compacto, marchando na mesma direção e com gosto de sangue na boca.
Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e em 1998, teve essa sorte, e sob o manto do Plano Real elegeu-se e se reelegeu direto no primeiro turno. Desde então, os candidatos do partido a presidente amargaram traições – José Serra e Geraldo Alckmin duas vezes. Aécio Neves, em 2014, nem tanto. Perdeu porque Minas Gerais, seu Estado, não lhe deu votos suficientes para que ganhasse.
Com Doria candidato, Alckmin sairá do PSDB para candidatar-se ao governo de São Paulo pelo PSD. Ainda não o fez para ajudar Leite a derrotar Doria. Estranhamente, até ontem, não havia anunciado seu voto em Leite. Fernando Henrique votará em Doria, mas de casa, por meio de um aplicativo. A velha guarda do partido deverá outra vez perder para Doria.
A conferir até o fim da tarde.