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Janones conta que criou fake news para ajudar eleição de Lula

Réu confesso

atualizado

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Janones
1 de 1 Janones - Foto: Reprodução

Ah, a vaidade, o pecado favorito do diabo. O deputado federal André Janones (Avante-MG) é um pecador nato. Deixou-se trair pela vaidade e escreveu um livro sob o título “Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil”.

Nele conta as histórias das muitas notícias falsas que criou para ajudar Lula a derrotar Bolsonaro nas eleições do ano passado. Ninguém lhe encomendou as notícias falsas, foi iniciativa dele espalhá-las, e disso revela orgulhar-se.

Uma das notícias falsas foi sobre o celular desaparecido de Gustavo Bebianno, o primeiro ministro que Bolsonaro demitiu mal tomara posse em 2019. Corriam rumores de que o celular guardava conversas comprometedoras entre Bebianno e Bolsonaro.

Janones diz que, apesar de jamais ter chegado perto do “mítico aparelho”, insinuou nas redes sociais que havia tido acesso ao conteúdo para “atormentar” Bolsonaro. Horas antes de começar o último debate entre Bolsonaro e Lula, Janones escreveu:

“Está tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!’

Justifica no livro:

“O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles”.

Outra notícia falsa inventada por Janones: o ex-presidente Fernando Collor de Mello seria ministro de um eventual segundo governo de Bolsonaro. Foi em resposta a uma fala na qual Bolsonaro disse que se Lula vencesse, José Dirceu seria ministro.

Janones justifica:

“O ministro de Lula vai ser José Dirceu? Tá bom. Então o ministro da Previdência de Bolsonaro vai ser Collor. Simples assim. Ele realmente seria ministro de Bolsonaro? Eu sei lá. Mas uma vez que ele apoiou Bolsonaro, poderia muito bem ser. Ele iria confiscar benefícios como a aposentadoria? Não sei, mas ele confiscou as poupanças quando foi presidente”.

Lembra do vídeo gravado por Bolsonaro onde ele dizia que pintou um clima entre ele e um grupo de meninas venezuelanas refugiadas que moravam numa comunidade em São Sebastião, perto de Brasília? No livro, Janones conta como explorou o caso:

“Segui provocando, alimentando a angústia deles [nas redes sociais], até que no dia 28 [véspera da eleição no segundo turno], finalmente publiquei no Twitter minha foto em frente ao letreiro de São Sebastião: ‘Missão cumprida: depoimentos, gravações, testemunhas e provas incontestes e irrefutáveis! Agora bora levar tudo para São Paulo porque a noite promete!’ Fiz eles de otários!”

Quem inventa notícias falsas não admite que inventou – a não ser um vaidoso em último grau. Se há crime nisso, Janones deveria ser processado, julgado e condenado. É um réu confesso.

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