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Jair Messias Bolsonaro, o exterminador do seu próprio futuro

Em nova versão: a de cabo eleitoral de luxo

atualizado

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Ex-presidente Jair Bolsonaro desembarca em Brasília pela primeira vez após ter sua inelegibilidade declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral7
1 de 1 Ex-presidente Jair Bolsonaro desembarca em Brasília pela primeira vez após ter sua inelegibilidade declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral7 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Se falta a Michelle “experiência” para candidatar-se a presidente da República, como diz seu marido; se os demais nomes cogitados para enfrentar Lula ou um preposto dele não reúnem condições para tal e seriam vencidos por WO, como Bolsonaro afirma; que papel Bolsonaro poderá desempenhar daqui até 2026?

Sem falar que ele não gosta de pegar no pesado, a não ser a seu favor e dos filhos. Queixava-se da vida que levou nos últimos quatro anos. Sentia-se privado das delícias do mundo, como sair para pescar na hora que desejasse. Fora os aborrecimentos típicos do cargo, como o de ler muitos papéis. Ele detesta ler.

“Cabo eleitoral de luxo.” É assim que Valdemar Costa Neto, o chefão do Partido Liberal, designa Bolsonaro. De que adianta dispor de um se o cabo não teria para quem transferir os votos que amealhou em mais de 30 anos de vida pública? Um candidato a presidente com chances de vencer não nasce do dia para a noite.

Pouco antes de ser guilhotinado pela Justiça, Bolsonaro repetiu que ele, somente ele, seria capaz de em 2026 impedir a recondução da esquerda ao poder. Não foi para sensibilizar seus algozes, para fazê-los mudar de ideia repentinamente. É no que ele acreditava de fato e seguirá acreditando.

Costa Neto, que mantém o casal Bolsonaro na folha de pagamento do PL, diz o que diz para justificar o investimento que fez. Haverá eleições municipais no próximo ano. Não será de todo mal desfilar país afora na companhia de um casal de influenciadores; está na moda. E alguma vantagem ele poderá extrair disso.

Com casa, salário, viagens, além de outras despesas pagas por seu generoso patrão, o negócio é bom para os Bolsonaro. Menos arriscado do que as rachadinhas de outrora, o uso de dinheiro em espécie para comprar imóveis em obscuras transações, as homenagens que prestavam a milicianos em troca de proteção.

(A propósito: quem matou Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes no centro do Rio em 18 de março de 2018, ano eleitoral? Quem mandou matar e por quê? O principal suspeito de matar é o policial reformado Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca.)

A semana que termina foi histórica. Um presidente que não se reelegeu, o único até hoje, foi condenado. Não poderá ser candidato por oito anos. Significa que ficará de fora das eleições até 2030. E como responde a mais 15 processos, sua pena poderá aumentar. O que ele fez para ser punido com tamanho rigor?

Jair Messias Bolsonaro, filho de Percy Geraldo Bolsonaro e de Olinda Bonturi Bolsonaro, descendentes de italianos, pai de Flávio, Carlos, Eduardo, Renan e Laura, abusou do poder político e atacou a democracia. Não só uma, duas ou três vezes, mas ao longo do seu mandato de presidente e antes de começar a exercê-lo. Foi mal.

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