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Israel mata em média 300 pessoas por dia na guerra contra o Hamas

Segue a carnificina na Faixa de Gaza

atualizado

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Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images
Imagem colorida mostra cova coletiva escavada na faixa de gaza para receber copos de mais de 100 palestinos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra cova coletiva escavada na faixa de gaza para receber copos de mais de 100 palestinos - Metrópoles - Foto: Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images

E às vésperas do 50º dia da guerra no Oriente Médio que começou com o ataque terrorista do Hamas a Israel, em 7 de outubro, a não ser que um fato novo revogue o acordo costurado pelo Catar, os palestinos da Faixa de Gaza poderão chorar por algum tempo seus mortos e feridos sem que bombas e mísseis caiam sobre suas cabeças.

Será uma pausa de quatro dias nos combates, acompanhada pela libertação de pelo menos 50 dos mais de 240 reféns em posse do Hamas. Israel, em troca, soltará cerca de 150 palestinos detidos em suas penitenciárias. Um cessar-fogo que exigiu mais de seis semanas de negociações complexas que quase fracassaram.

A guerra travada por um grupo de 30 mil militantes do Hamas contra o mais poderoso Exército do Oriente Médio, apoiado pelos Estados Unidos, que deslocaram para a região dois porta-aviões e instrutores militares, matou até aqui 1.200 israelenses e 16 mil palestinos, dos quais 70% mulheres e crianças.

A expressão “cessar-fogo” desagrada Israel, que prefere definir o que irá acontecer como “trégua temporária”. Ainda assim, aviões israelenses poderão sobrevoar o Norte do enclave durante 18 horas por dia. O Hamas exigiu suspensão de voos de drones durante seis horas por dia para que possa localizar os reféns.

Universalmente, o acordo foi bem recebido. No entanto, autoridades e especialistas alertam que o acordo não leva em conta plenamente a crise humanitária de Gaza, e que os mecanismos que garantem a sua manutenção são significativamente deficientes se comparados com os adotados em outras guerras.

“O que normalmente ocorre”, disse o ex-comandante supremo aliado da Otan Wesley Clark à CNN, “é que talvez o tiroteio pare por um tempo, mas logo recomeça porque alguém se sente ameaçado”. Faz parte do acordo a entrada em Gaza de 300 caminhões por dia com alimentos, remédios e combustível.

Para as organizações de ajuda internacional, contudo, a pausa na guerra é simplesmente um band-aid. Pergunta o diretor-executivo da Anistia Internacional nos Estados Unidos, Paul O’Brien:

“Quando esta breve pausa terminar, onde estaremos se a guerra recomeçar nos mesmos termos?”.

O diretor-executivo da Médicos do Mundo, Joel Weiler, classificou como “uma piada” a ideia de que a ajuda humanitária necessária possa ser fornecida em apenas quatro dias.

“Você não pode acompanhar o tratamento, não pode fazer nada. Precisamos ter acesso à população, e a população precisa ter acesso a nós. São necessários cinco, seis dias para encontrar acesso a um bom médico e depois planejar uma cirurgia.”

A diretora-executiva dos Médicos Sem Fronteiras, Avril Benoit, observa:

“Essa pausa temporária será chamada de cessar-fogo. Não é realmente um cessar-fogo pelo que estamos vendo. A campanha generalizada e indiscriminada de bombardeios em Gaza, a punição coletiva que está a ocorrer em Gaza, devem parar imediatamente”.

Não pararão – a não ser por quatro dias, e olhe lá. Os ataques israelenses continuaram em Gaza durante a noite da quarta-feira. A mídia palestina disse hoje (23/11) que aviões e artilharia israelenses atingiram a cidade de Khan Younis, no Sul, em pelo menos duas ondas, e que 15 pessoas morreram.

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