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Netanyahu faz com os palestinos o que o nazismo fez com os judeus

A vida por um fio ou por uma bomba

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Imagem colorida mostra explosão na Faixa de Gaza, após escalada do conflito com israel - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra explosão na Faixa de Gaza, após escalada do conflito com israel - Metrópoles - Foto: Sameh Rahmi/NurPhoto via Getty Images

O governo de extrema direita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin “Bibi” Netanyahu, acossado por denúncias de corrupção e pelo fracasso de dispor do mais poderoso exército do Oriente Médio que não soube defender seu país, mandou que os palestinos da Faixa de Gaza, moradores do Norte, se transferissem para o Sul do enclave. Do contrário, seriam bombardeados.

Dada a ordem, iniciado o êxodo, continuou bombardeando os que decidiram permanecer no Norte e passou a bombardear os que caminhavam para o Sul. E nenhum dos mais de 60 países que já anunciaram apoio a Israel disse nada até agora. Alguns limitaram-se a recomendar que respeitasse as regras de guerra estabelecidas pela Convenção de Genebra e pediram uma trégua.

O governo de “Bibi” não está nem aí para as tais regras que país algum respeita ao enfrentar um inimigo; quanto ao pedido de trégua, recusou-o. Nem por isso o chanceler da Alemanha, a maior economia da Europa, deixará de desembarcar, hoje, em Tel Aviv para reafirmar apoio a Israel. Nem por isso o presidente americano, Joe Biden, deixará de o fazer amanhã com o mesmo objetivo.

A última guerra justa travada pelos europeus foi contra a Alemanha de Hitler, que matou 6,5 milhões de judeus, ciganos e outras minorias. Devedores dos Estados Unidos, que os salvaram do nazismo, lutaram em todas as guerras que os americanos deflagraram ou se envolveram desde então. Foi assim, por exemplo, no Vietnã, nos anos 1960, no Afeganistão e no Iraque.

No Vietnã, os Estados Unidos foram à guerra a pretexto de impedir que o comunismo se apossasse do país. Acabaram derrotados depois de quase destruírem e queimarem o Vietnã inteiro com bombas incendiárias. Armaram os talibãs no Afeganistão para que enfrentassem os russos. Invadiram o Afeganistão, o país mais miserável do mundo, a pretexto de combater o terror.

Sabiam que eram sauditas os 14 terroristas que sequestraram quatro aviões e jogaram dois deles contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque em setembro de 2021. Mas a Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do planeta, do qual os Estados Unidos dependem. E o Afeganistão… Bem, o Afeganistão tem petróleo, mas é um país essencialmente agrícola.

Os Estados Unidos saíram do Afeganistão derrotados. Invadiram o Iraque a pretexto de derrubar a ditadura de Sadam Hussein, que dava abrigo aos terroristas do 11 de setembro e acumulava armas de destruição em massa. Não dava abrigo. Não acumulava armas de destruição em massa, como ficou provado. Sadam foi capturado e morto. Mais tarde, os Estados Unidos abandonaram o Iraque.

Nos últimos 14 anos, Israel bateu com o Hamas quatro vezes. Em duas delas, 2009 e 2014, Israel invadiu Gaza por terra. Morreram milhares de civis palestinos e centenas de israelenses. Há 9 anos, não havia nenhum israelense refém do Hamas; há 14 anos, só um. Hoje, existem de 200 a 250 reféns. O Hamas jamais esteve tão forte. Por que Israel o dizimará desta vez?

O que o governo Netanyahu faz em Gaza com os palestinos é a mesma coisa que o nazismo fez com os judeus. Gaza é um campo de concentração onde vivem 2,3 milhões de pessoas em petição de miséria, cercadas por um muro erguido por Israel, que dependem de Israel para comer, beber água, tomar banho, curar suas doenças e se locomover. Então, Israel decidiu privá-las de todas essas coisas.

Quer dizer: privá-las de viver.

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