Industriais e banqueiros põem o rabo entre as pernas e se calam
O ensaio de desembarque que o governou abortou
atualizado
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Um governo que tenta sustar um manifesto a favor do entendimento entre os três poderes da República é o quê? É tudo, menos democrático. Por suposto, está interessado em tudo, menos em jogar dentro das quatro linhas da Constituição.
O manifesto assinado por 200 entidades ligadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que pedia o restabelecimento da harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, jaz no fundo de uma gaveta.
Assim quis o presidente Jair Bolsonaro, e para isso escalou o seu cão de guarda, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. Guimarães ameaçou prejudicar negócios milionários dos subscritores do manifesto se eles não dessem o dito pelo não dito.
Ao presidente da Caixa juntaram-se o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ao que tudo indica até agora, eles foram bem-sucedidos. O manifesto acabou vazando, mas não as assinaturas.
Tanto quanto a Fiesp, ficou mal na foto a Federação Brasileira de Bancos. A ideia do manifesto partiu de dois banqueiros, foi comprada por outros e acabou contaminando grande parte do setor industrial. O contravapor foi rápido e na jugular de cada um.
O que poderia dar margem a leitura que o PIB começara a retirar seu apoio ao governo, ficou como prova de que industriais e banqueiros, ao primeiro aperto, põem o rabo entre as pernas. Defender a democracia é bom, mas não perder dinheiro é melhor.