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Ibaneis Rocha, a primeira vítima do 7 de setembro bolsonarista

Invasão da Esplanada dos Ministérios por manifestantes enfraquece a autoridade do governador do Distrito Federal

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Manifestação na Esplanada
1 de 1 Manifestação na Esplanada - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ao portal Metrópoles, depois de passear algumas horas pelo Plano Piloto, o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) disse no início da noite de ontem que estava “tudo calmo” e que não notara nenhuma anormalidade. Se falou a verdade, estava rendido e não sabia.

Cadê o setor de inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal? Também desconhecia o que tramava a malta de bolsonaristas que invadiu Brasília? E o setor de inteligência da Polícia Civil? E a Agência Brasileira de Inteligência, órgão do governo federal?

Uma hora e pouco depois da declaração feita por Ibaneis, centenas de carros dirigidos por bolsonaristas começaram a buzinar pressionando a entrada na Esplanada dos Ministérios, área isolada pela Polícia Militar e destinada às manifestações.

As regras eram muito claras e foram divulgadas com antecedência. Nenhum veículo seria admitido no pedaço. Pessoas, somente a pé e desde que fossem revistadas. Nada de armas, objetos cortantes, nem álcool líquido. Álcool gel só em poções limitadas.

Da rodoviária em direção ao congresso, o espaço seria dos bolsonaristas, e somente deles. Da rodoviária em direção ao Palácio do Buriti, seria dos movimentos de oposição ao governo federal, e também dos índios acampados por perto.

O planejamento e a ordem não resistiram ao buzinaço bolsonarista. Ou a Polícia Militar não se preparou para a tarefa ou, conivente, entregou os pontos como se a pressão tivesse sido alarmante. Não foi. Os bolsonaristas não usaram violência.

“Eles vão ceder, vão ceder”, gritou um bolsonarista diante de uma barreira policial a pedir calma aos seus parceiros. Um policial comentaria mais tarde com um jornalista: “O que podíamos fazer? Eram mais de 2 mil carros”. Evidente exagero. Não eram 500.

Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública culpou os invasores pela invasão. Procurado, o governador desapareceu da vista dos jornalistas e não atendeu aos seus telefonemas. Ou foi amargar sua desdita ou celebrar reservadamente seu êxito.

Quem fez questão de ser visto na Esplanada dos Ministérios momentos após o início da invasão foi o deputado Eduardo Bolsonaro, o Zero Três. Ali pontificará, hoje, o seu pai à caça de imagens que, segundo ele, revelam mais do que mil palavras.

O Distrito Federal abriga mais de 3 milhões de pessoas. A maioria daquelas que ocuparam a Esplanada com carros, caminhões e ônibus veio de outras unidades da federação. Bolsonaro disse que falará para 1 milhão e 200 mil pessoas logo mais.

E que à tarde, na Avenida Paulista, falará para 2 milhões. Não cabem 600 mil na avenida. E daí? Fake news é fake news, não se prova. Amanhã será outro dia, e não será melhor para Bolsonaro. Terá de voltar a governar, o que ele não sabe fazer nem gosta.

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