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Ibaneis foi traído pelas pessoas em quem mais confiava no dia 8/1

Com o golpe em curso, disseram-lhe que estava tudo sob controle

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Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), comparece à posse da desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso
1 de 1 Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), comparece à posse da desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A verdade é que no fatídico dia 8 de janeiro não havia ninguém no Distrito Federal disposto a ordenar a detenção dos golpistas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) acreditou no que lhe disse o Secretário de Segurança Pública interino: tudo corria em paz.

Àquela altura, pouco depois do início da tarde, tendo partido do acampamento que montaram à porta do QG do Exército, onde foram bem acolhidos, os golpistas já marchavam para a Praça dos Três Poderes escoltados por carros da Polícia Militar. Beleza!

Antes fechada, a Esplanada dos Ministérios fora aberta por decisão não se sabe de quem para que eles avançassem sem dificuldades, livres de barreiras e de vistorias. Mal tomou posse como Secretário de Segurança Pública, Anderson Torres evadiu-se.

Torres foi o ministro da Justiça que mais se rendeu às vontades do chefe. Fez tudo o que ele mandou, inclusive usar a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal para diminuir a vantagem de Lula sobre Bolsonaro entre o primeiro e o segundo turno da eleição.

Ministros do Supremo Tribunal Federal aconselharam Ibaneis a não nomear Torres Secretário de Segurança Pública. Advertiram-no para os riscos da empreitada. Mas Ibaneis confiava em Torres, que ocupara o mesmo cargo até virar ministro de Bolsonaro.

Se alguém traiu alguém, foi Torres que traiu Ibaneis. Que também foi traído pelo então comandante da Polícia Militar, o coronel Fábio Augusto Vieira. Era Vieira, segundo Ibaneis, que tinha “todos os poderes” para garantir “a segurança” dos manifestantes.

Apesar dos informes da Agência Brasileira de Inteligência que anteciparam o que ocorreria, os manifestantes foram tratados apenas como manifestantes, pessoas despojadas de qualquer intenção de promover quebradeira e dar ensejo a um golpe.

Agora, entende-se melhor o tratamento conferido a eles. Ibaneis jamais soube que o comando da Polícia Militar do Distrito Federal, assim como Torres, que se refugiou na Flórida ao lado de Bolsonaro, eram peças importantes do golpe. Não só eles.

A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (18) o atual comandante da Polícia Militar, Klepter Rosa Gonçalves, e outros seis integrantes da instituição acusados de descumprir conscientemente o dever de impedir o assalto terrorista.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, “havia harmonia ideológica entre os acusados e os que defendiam uma intervenção das Forças Armadas” para derrubar o governo recém-eleito. “Eles trocaram mensagens golpistas pelo menos desde as eleições”.

Ibaneis não foi denunciado. Seu nome aparece no rol de testemunhas. Réu pode calar e mentir. Testemunha é obrigada a dizer a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade, sem nada ocultar.

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