HÁ VINTE ANOS – Um presidente para lá de maluco
(Publicado aqui em 1 de junho de 2004)
atualizado
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12:12
Figuraça, o presidente do Turcomenistão, um pedaço de deserto do tamanho da Califórnia, com cinco milhões de habitantes, situado perto do Irã e do Afeganistão. No passado, fazia parte da União Soviética.
Turkmenbashi, o presidente, tem o que falta a Lula e à maioria dos presidentes por essas bandas de mundo: imaginação. No caso de Turkmenbashi, imaginação em excesso, segundo Rosemary Richter, autora da reportagem do “The Times” transcrita hoje pelo “Estado de São Paulo”.
O cara decretou que a partir de hoje diplomas universitários não turcomanos deixam de valer no país – e mandou demitir médicos, advogados, professores e funcionários públicos que cometeram o erro de estudar no exterior.
Em fevereiro passado, ele substituiu 15 mil enfermeiros por soldados do Exército. Proibiu balés (não gosta deles), barbas, dentes de ouro e cabelos compridos. E reinventou o calendário. Logo, logo o ano no país terá oito meses ao invés de doze. O nome dos dias da semana já mudou. Um se chama “dia principal”, outro “dia jovem”, outro “dia favorável”.
Adora demitir ao vivo pela televisão ministros e presidentes de estatais (Lula demitiu um por telefone, mas só um). E só ele pode mexer com as reservas do país depositadas em um banco alemão – algo como 3 bilhões de dólares.
Uma vez por semana, em todas as escolas do país, os estudantes são obrigados a estudar o “Rukhnama”, ou o “Livro da Alma”, um compêndio de 400 páginas de autoria do próprio presidente. Deve ter coisas formidáveis no livro.
Mas já comecei a pesquisa para reunir em livro pérolas do pensamento do presidente Lula. Aposto que será um sucesso.
Procuro editoras que se interessem em publicá-lo.