HÁ VINTE ANOS – Rio, “a cidade da cocaína e da carnificina”
E no futuro, como será?
atualizado
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Está na edição de hoje do The Independent, um dos mais respeitados jornais ingleses: “The city of cocaine and carnage”. Os repórteres do jornal descrevem o enterro de Escadinha, que aconteceu há duas semanas, numa reportagem de duas páginas.
O texto é um primor. Logo de cara, descreve um dia típico desses tempos conturbados para o carioca:
“Numa sufocante tarde de sexta-feira, um grupo de 300 pessoas está brincando carnaval num subúrbio do Rio. O grupo está cantando samba. Seu rei – um dos mais notórios traficantes de drogas do Rio – está morto. Seu corpo foi crivado com 12 balas. No meio da massa, o coro: ‘Hey, hey, hey. Escadinha é nosso rei'”.
E continua:
“‘Eu estou muito orgulhosa dele’, diz Rosemar Encina, a esposa do lendário gângster brasileiro. Do lado de fora, cinco tiros são ouvidos numa deferência ao homem conhecido como Seu Zé”.
É isso, como apontou André Petry, na revista Veja, há duas semanas. O Rio de Janeiro tem a notoriedade da “cidade da cocaína e da carnificina”.
O texto do Independent termina, tristemente, concluindo: “Para milhares de crianças e adolescentes envolvidos no comércio da droga, o Rio de Janeiro é uma cidade sem futuro”.
(Publicado aqui em 12 de outubro de 2004)