Admitir assim, no seco, de forma direta, peremptória, ninguém fora da esquerda do PT quer admitir. De público? Nem pensar. Mas na base da confiança, com a certeza de que não terá seu nome citado, valendo-se de “poréns”, “entretantos” e “contudos”, até a turma mais próxima de Lula admite que ele fez uma opção clara, indesmentível e irrecusável: inclinará seu governo cada vez mais para a direita.

Lula imagina que pela direita governará os próximos dois anos e, se Deus quiser, mais quatro. (Não fui eu que meti Deus no meio. Foram pelo menos dois dos meus interlocutores.) Não haverá mais espaço para discussão sobre a política econômica. Lula irá com ela para o céu ou o inferno.

Não haverá mais espaço para o PT emplacar quem quiser no governo. Lula abrirá o governo para alojar gente do PP, PTB, PMDB – e até o PFL, se o PFL quiser. Ou se parte dele quiser. E tem mais: não o aborreçam com argumentos sobre a trajetória do PT, sobre a própria trajetória dele e coisa e tal. Ele não quer saber dessas coisas.

É bola pra frente. Pela direita. Ninguém segura este país! Quem estiver incomodado que se mude. E ponto final.