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HÁ VINTE ANOS – No país da “se a eleição fosse hoje”, ela nunca é hoje

(Publicado aqui em 27 de maio de 2004)

atualizado

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1 de 1 urna-com-voto-impresso1 - Foto: DIVULGAÇÃO/TSE

11:22

O cientista político Rubens Figueiredo publicou hoje um artigo no Jornal do Brasil que desmonta dois mitos: o de que eleições municipais representam uma espécie de prévia, de ensaio da próxima sucessão presidencial; e o de que o prefeito eleito de São Paulo se torna automaticamente um candidato poderoso ao Palácio do Planalto.

Figueiredo lembra que Fernando Collor venceu a eleição presidencial de 1989 e, nas eleições municipais de um ano antes, o partido dele, o PRN, sequer existia;

que Fernando Henrique Cardoso ganhou no primeiro turno a eleição presidencial de 1994 e, dois anos antes, o PSDB, seu partido, havia ganhado em apenas 7% dos municípios;

que em 1998, Fernando Henrique foi reeleito no primeiro turno, mas o PSDB, com apenas 17,1% das prefeituras em 1996, ficou atrás do PMDB e PFL;

que Lula ganhou fácil a presidência da República em 2002, mas que dois antes, o PT só havia vencido em 3,36% do total de municípios.

Jânio Quadros ganhou a prefeitura de São Paulo em 1985 e depois não foi mais candidato a nada. Erundina ganhou em 1988 e hoje é apenas deputada federal. Maluf ganhou em 1992 e depois só fez perder. Celso Pitta ganhou em 1996 e desde então corre o risco de ser preso.

Cada eleição é uma eleição – e essa é uma lição antiga que os políticos esquecem com facilidade, e os jornalistas também.

José Serra (PSDB), este ano, pode derrotar Martha Suplicy (PT) e depois não ser mais nada. Ou pode perder, virar candidato a presidente e derrotar Lula em 2006.

Lula é o melhor exemplo de que cada eleição tem sua história e que o resultado de uma eleição se constrói na maioria das vezes pouco antes da campanha eleitoral ou durante a campanha – mas não com tanta antecedência assim.

Em política, salvo para os que acreditam nos astros ou no destino, nada está escrito nas estrelas. Um passo em falso pode ser mortal.

Qual teria sido a história da eleição de 2002 se a Polícia Federal não tivesse encontrado pouco mais de um milhão de reais no cofre da empresa Lunnus, da então governadora Roseana Sarney (PFL), do Maranhão?

As pesquisas de intenção de voto mostravam que ela estava encostadinha em Lula. E que deveria ultrapassá-lo em breve.

Se Ciro Gomes não tivesse sido grosseiro com um eleitor na Bahia e dito depois que a atriz Patrícia Pillar, sua mulher, servia mesmo era para dormir com ele, o que poderia ter acontecido com Ciro na eleição presidencial de  2002? Se não tivesse errado tão gravemente, Ciro poderia ter chegado lá. Ou não.

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