HÁ VINTE ANOS – Cabe aos jornalistas escolher a verdade e publicar
Querem maior responsabilidade do que essa?
atualizado
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14:03
“Cyprian Nordwid, poeta polonês do século XIX, escreveu certa vez:
“Um homem nasce neste planeta para dar testemunho da verdade”.
O poeta deve ter sido um cristão exemplar. O que ele disse cabe na boca do Papa e de todos os homens de boa vontade.
Mas a verdade não é algo claramente identificável.
A verdade é uma questão de julgamento relativo.
Os jornalistas aprendem desde cedo que devem perseguir a verdade a qualquer preço. Mas quando se deparam com uma notícia e são obrigados a servi-la à consideração do distinto público, só então descobrem que a essência de sua missão não é escrever a verdade.
Cabe aos jornalistas ESCOLHER a verdade! Querem responsabilidade maior do que essa? Deveríamos ser pessoas corcundas, vergadas pelo peso da tarefa de eleger a verdade. E deveríamos também ser mais velhos e experientes.
Espanto-me com a pressa que move os jornalistas à caça de verdades; a pressa que empregam na apuração delas; e novamente a pressa com que as transmitem aos leitores.
A pressa é culpada diariamente nas redações pelo aniquilamento de muitas verdades, a quantidade vergonhosa de pequenos e grandes erros que borram as páginas dos jornais e a superficialidade de textos que desestimulam a reflexão.
Apurar bem exige tempo. Escrever bem exige tempo.