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Houston, temos um problema. Ou melhor: o governo tem. E mais de um.

Tem o problema do salário mínimo tão mínimo. Tem o problema do preço do petróleo que poderá disparar devido ao clima de insegurança crescente no Oriente Médio, especialmente na Arábia Saudita.

Tem o problema da frente de partidos em São Paulo que está em construção para parir uma candidatura a prefeito capaz de ser alternativa às de Martha Suplicy (PT) e de José Serra (PSDB). Fazem parte da frente quatro partidos que apoiam o governo Lula no Congresso, mas que querem derrotá-lo em São Paulo – e logo onde.

E tem o problema do escândalo da máfia do sangue que pode começar a passar a sensação de que o governo é permeável à corrupção.

Por mais que se diga, e que seja verdade, que o ministro da Saúde pediu no ano passado que a Polícia Federal investigasse tudo; e por mais que investigados e suspeitos estejam sendo demitidos ou afastados do ministério, resta a sensação de que o ministro não soube escolher alguns dos seus auxiliares de confiança.

Por que o ministro José Dirceu foi seriamente avariado com o Caso Waldomiro Diniz? Porque Waldomiro era um auxiliar de confiança dele – embora tenha pedido dinheiro a bicheiro quando presidia a Loteria Estadual do Rio de Janeiro.

Ora, alguns dos auxiliares do ministro da Saúde estão sendo acusados de cometerem crimes depois que foram postos no ministério, não antes. Se isso não for mais grave para o ministro da Saúde do que foi o Caso Waldomiro para o Chefe da Casa Civil da presidência da República, não entendo mais nada.