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Governo faz tudo para abafar escândalo no Ministério da Educação

O balcão de negócios do Palácio do Planalto está aberto a conversas. É dando que se recebe

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1 de 1 foto-11-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A acreditar-se no que informou ao Tribunal Superior Eleitoral a Advocacia-Geral da União, não passou de uma “menção indevida” ao nome de Bolsonaro o que disse o ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação, sobre tratamento especial que conferiu aos pastores evangélicos Gilmar dos Santos e Arilton Moura.

Em áudio, Ribeiro diz que Bolsonaro havia lhe recomendado o acesso dos pastores às verbas do bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Prefeitos acusaram Gilmar e Arilton de cobrarem propina em troca da liberação de recursos. O pagamento poderia ser em dinheiro ou ouro.

A Advocacia-Geral da União quer que o tribunal arquive o pedido feito pelo PT para que Bolsonaro seja investigado. Diz que o áudio juntado ao pedido “revela apenas diálogos em que terceiros fazem menção indevida ao nome do Presidente da República”. Que diálogos? Não há diálogos, só a fala do ex-ministro que diz:

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”.

“Terceiros” deve ser uma referência a Ribeiro, demitido depois que Bolsonaro afirmou que “poria a cara no fogo” pela inocência dele. A primeira-dama Michellleo atestou a honestidade de Ribeiro e disse que iria orar por ele. Ribeiro não precisa de orações, só do reconhecimento de que fez o que Bolsonaro mandou.

Em outra frente da luta destinada a abafar o escândalo, Bolsonaro ordenou aos seus aliados que façam o possível e o impossível para impedir a instalação no Congresso de uma CPI a respeito. Está sendo bem-sucedido. Quatro senadores foram convencidos a retirar suas assinaturas do requerimento de criação da CPI.

Os nomes dos quatro arrependidos:

Styvenson Valentin (PODEMOS-RN), que se elegeu em 2018 pegando carona na onda bolsonarista. Ele é candidato ao governo do seu Estado porque Bolsonaro, ali, carece de um palanque. Caso não se eleja, Valentin terá mais quatro anos de mandato como senador;

Rose de Freitas (MDB-ES), beneficiada pelo orçamento secreto da União. Ela disse que não assinou o requerimento. Na verdade, autorizou que seu nome constasse do requerimento, para depois recuar a pedido do governo. É uma aposta no mercado futuro;

Oriovisto Guimarães (PODEMOS-PR), que até outro dia apoiava a candidatura de triste memória a presidente do ex-juiz Sérgio Moro. Como Moro não será mais candidato, votará em Bolsonaro sem o menor constrangimento, pelo contrário;

Weverton Rocha (PDT-MA), candidato ao governo do seu Estado porque não tem nada a perder. Derrotado, terá mais quatro anos de mandato como senador. Ele fez tudo para ser o candidato de Lula ao governo. Contava com o apoio do ex-ministro José Dirceu (PT).

A desculpa oferecida pelos quatro arrependidos para retirar suas assinaturas foi a mesma: a 6 meses das eleições, a CPI serviria de palanque para desgastar os evangélicos e de palco para discussões políticas. Não pensaram nisso quando assinaram o requerimento?

Só haverá CPI se 27 senadores assinarem o requerimento. Por enquanto, 23 mantiveram suas assinaturas. O balcão de negócios do Palácio do Planalto está aberto a proveitosas conversas.

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