Governo de Israel recusou acordo de cessar-fogo que libertaria reféns
O inferno para os palestinos está no Norte da Faixa de Gaza, mas também no Sul
atualizado
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Nos primeiros dias de guerra, após o 7 de outubro quando seu país foi alvo de ataques do Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, recusou um acordo de cessar-fogo por cinco dias que permitiria a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza, informa o jornal britânico “The Guardian”.
Pouco mais de 240 cidadãos de Israel e de outros países foram sequestrados pelo Hamas, que espontaneamente só libertou três deles até agora. Negociações antes da invasão terrestre de Israel a Gaza envolveram um número muito maior de reféns, com o Hamas a propor a libertação de dezenas deles. Deram em nada.
Netanyahu continuou a adotar uma linha dura em propostas que envolvessem pausas humanitárias e cessar-fogo de variadas durações. Desde então, parentes e amigos dos reféns têm promovido atos de protesto em frente à residência do primeiro-ministro e à sede em Tel Aviv das Forças de Defesa de Israel.
Finalmente, sob pressão dos Estados Unidos, o governo de Israel concordou em fazer pausas diárias de quatro horas na guerra em áreas selecionadas do Norte da Faixa de Gaza para facilitar a saída de palestinos para o Sul do enclave. A saída para o Sul dará melhores condições de combate ao exército de Israel.
Não significará, contudo, que no Sul os palestinos estarão seguros. Mais de 600 mil palestinos já se transferiram para o Sul, mas ali são alvos de bombardeios de Israel, passam fome e adoecem devido à falta de remédios. A situação é um pouco melhor do que no Norte, mas de intensa crueldade, segundo a ONU.