Golpe, agora, só se Bolsonaro se reeleger e o Congresso apoiar
Militares ganham assentos na Câmara e no Senado
atualizado
Compartilhar notícia
Dará no que a auditoria feita pelos militares no processo de apuração de votos atrás de provas para desacreditar a segurança das urnas eletrônicas? Os observadores internacionais já disseram que tudo correu bem e que nenhuma irregularidade foi detectada.
Nenhum eleitor se apresentou para dizer: eu votei assim e meu voto foi computado ao contrário. Os generais votaram e nenhum se queixou de nada. Votou o resto da tropa, e ao que se sabe, ninguém reportou fato capaz de insinuar que houve fraude.
Para completar o vexame dos que se serviram de Bolsonaro para tirar a esquerda do poder e depois foram servi-los em postos de confiança, o próprio Bolsonaro, em sua primeira fala sobre as eleições do último domingo, reconheceu o resultado.
Explicou que parte dos brasileiros quer mudanças porque sua vida piorou e que ao longo do segundo turno explicará que se ela de fato piorou, começou a melhorar. Bolsonaro aproveitará sabatinas e debates, como disse, para esclarecer os brasileiros a respeito.
Bolsonaro perdeu as condições para contestar a legitimidade do processo eleitoral ao dar-se conta da vitória de militares e de ex-ministros do seu governo. Sete militares ganharam assento no Congresso. O vice, o general Hamilton Mourão, elegeu-se senador.
O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, elegeu-se deputado federal pelo Rio. Teresa Cristina, ex-ministra da Agricultura, elegeu-se senadora pelo Mato Grosso. O ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, elegeu-se deputado federal.
Os militares votaram em Bolsonaro no primeiro turno e votarão no segundo, mas é só. Além disso, não irão. Caso Bolsonaro se reeleja, o Centrão poderá ajudá-lo a jogar fora das quatro linhas da Constituição, mas cobrará um preço astronômico para tal.
Faltam apenas 26 dias para que Bolsonaro seja derrotado de uma vez.