Gilberto Kassab, o bruxo, prepara o grande salto do seu partido
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atualizado
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Valdemar Costa Neto, ex-mensaleiro do PT e presidente do PL que dá guarida a Bolsonaro e à sua família, piscou primeiro. Em entrevista à repórter Cátia Seabra na última sexta-feira, Costa Neto falou mal de Gilberto Kassab, presidente do PSD e homem forte do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo:
“Kassab quer mostrar poder. Ele sonha ser vice do Tarcísio [em 2026] para ser governador [caso reeleito, Tarcísio se afastaria do governo para disputar a Presidência em 2030]. Acho difícil Kassab atingir esse projeto. Nós somos contra”.
Costa Neto comprou o passe de Bolsonaro por ter acreditado que ele derrotaria Lula em 2022. Deu chabu. Manteve o passe por acreditar que neste ano, Bolsonaro seria o maior cabo eleitoral de todos os tempos, que ajudaria o PL a emplacar a maioria dos prefeitos e vereadores. Tudo indica que vai dar chabu de novo.
Contrariado, ele já admite que será o PSD de Kassab que elegerá o maior número de prefeitos. “Kassab está nos dois lados. Está na esquerda e na direita. Mas isso tem um preço e vai custar caro para ele”, diz o presidente do PL. De fato, Kassab e seu partido estão em todos os lados, coerentemente como se propuseram.
Ao fundar o PSD, Kassab declarou e foi motivo de deboche:
“O partido não será nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
Quis dizer: todas as tendências, à direita, à esquerda e ao centro, encontrarão espaço no PSD. É de fato o que acontece. O PSD apoia Tarcísio, mas ao mesmo tempo apoia Lula e ocupa três ministérios no governo federal. Os governadores do Paraná e de Sergipe são do PSD, idem o presidente do Senado.
No momento, o PSD é o partido com maior número de prefeitos no Brasil. Tem ao menos 1.040 – um crescimento de 58% em relação ao resultado das eleições de 2020. Foi em São Paulo que o partido deu seu maior salto: multiplicou por sete o número de prefeitos, saindo de 64 eleitos em 2020 para 306 entre 645 cidades.
Daí o incômodo de Costa Neto, que Kassab não liga. Apenas comenta:
“É compreensível que os radicais, da esquerda e da direita, não entendam o papel do centro. Por isso, radicais. Essa intolerância não encontra reciprocidade no PSD”.