General Hamilton Mourão volta de Angola de mãos abanando
A pedido de Bolsonaro, ele advogou em favor da Igreja Universal do bispo Edir Macedo, cujos pastores foram expulsos do país. Em vão
atualizado
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O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, viajou a Angola para representar o Brasil na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda.
Sua principal missão, na verdade, era outra: o presidente Jair Bolsonaro incumbiu Mourão de convencer o general João Lourenço, presidente de Angola, a dar um jeito para que a Igreja Universal do bispo Edir Macedo possa voltar a atuar no país.
Mourão e Lourenço conversaram a respeito na última sexta-feira. Lourenço disse que não tem o que fazer porque a questão foi decidida pela Justiça angolana e que assim como no Brasil, os poderes da República por lá são também independentes.
O ramo angolano da Igreja Universal denunciou o ramo brasileiro de transferir para cá ilegalmente grandes somas de dinheiro. A Justiça deu-lhe razão e os pastores brasileiros foram obrigados a deixar Angola, arriscando-se a serem presos se voltarem.
Desde então, Macedo cobra providências a Bolsonaro e vez em quando o fustiga com reportagens veiculadas na Rede Record de Televisão. Bolsonaro não pode dar-se ao luxo de perder o apoio do bispo, muito menos de ser criticado por uma emissora amiga.
Lourenço tem mais com o que se preocupar. Angola atravessa graves dificuldades econômicas e ele quer se reeleger presidente. Por aqui, os bolsonaristas nas redes sociais começaram a atacar Macedo.