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Fux faz grave alerta a Bolsonaro. Arthur Lira finge que não ouviu

O presidente do Supremo Tribunal Federal cresce na crise. O presidente da Câmara se acocora

atualizado

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Luiz Fux
1 de 1 Luiz Fux - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

Cada qual cumpriu seu papel à perfeição. Enquanto o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, alertava Jair Bolsonaro para o crime de responsabilidade que vai cometer se ignorar as decisões da Corte, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que falou antes de Fux, fez cara de paisagem.

Não deveria ser papel do presidente da Câmara, interpretado com perfeição, ignorar o mais grave pronunciamento feito por um presidente da República do Brasil e que teve como alvo o Supremo Tribunal Federal. Mas Lira não está à altura da cadeira que ocupa, jamais esteve. Não se peça, pois, o que ele não pode dar.

Bolsonaro disse no dia 7 de setembro na Avenida Paulista que não cumprirá mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, escolhido por ele para saco de pancadas. E o chamou de “canalha”, não só a Alexandre, mas também ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Alexandre conduz inquérito que investiga financiadores de manifestações hostis à democracia e distribuição de notícias falsas. No radar dele estão Bolsonaro e seus filhos. Barroso saiu em defesa do voto eletrônico, e no embate com Bolsonaro que patrocinava a causa do voto impresso, derrotou-o.

Fux disse que “ninguém, ninguém, fechará esta Corte”. E advertiu para que não restassem dúvidas sobre a quem se referia:

“O STF não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso”.

Outra vez Lira comportou-se não como presidente da Câmara dos Deputados, mas como presidente, que ele não é, do Centrão, aglomerado de parlamentares de diversos partidos interessados em se reeleger e enriquecer o mais rápido possível. Ao Centrão, rendeu-se Bolsonaro para fazer o que não sabe – governar.

Lira disse – disse o quê mesmo? Baboseiras, platitudes, enrolações do tipo:

“Conversarei com todos, de todos os Poderes. É hora de dar um basta nessa escalada, em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil.”

Ou então:

“Por fim, vale lembrar que temos a nossa Constituição, que jamais será rasgada. O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022. Com as urnas eletrônicas.”

Depende de Lira, unicamente dele, a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. Não abrirá. Atrapalha os negócios da sua turma.

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