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Frente ampla contra Marçal em São Paulo dificilmente dará certo

Chuva de verão ou um tsunami

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Pablo Marçal (esq.) e Guilherme Boulos, candidatos à Prefeitura de SP - Metrópoles
1 de 1 Pablo Marçal (esq.) e Guilherme Boulos, candidatos à Prefeitura de SP - Metrópoles - Foto: Reprodução

Para Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, tudo vai muito bem. Pesquisas encomendadas por bancos, apenas para conhecimento dos seus principais acionistas, indicam que Marçal continua crescendo na intenção de voto dos paulistanos.

Sem problema para ele que um juiz eleitoral tenha bloqueado suas contas em algumas plataformas digitais. Há meios e modos de driblar o bloqueio, e Marçal e seus guerrilheiros conhecem todos eles. De resto, o bloqueio pode ser vendido como censura.

A decisão do juiz conferiu a Marçal uma aura de perseguido pelo “sistema” que ele diz tanto abominar. Marçal não é vítima do “sistema” porque ele tem suas despesas bancadas por parte do “sistema”. Marçal é filho da banda mais podre do “sistema”.

No momento, monta-se informalmente uma frente ampla para combater o candidato daqueles que se consideram órfãos de Bolsonaro. Os órfãos sentem-se traídos. Bolsonaro não deveria ter-se juntado ao “sistema” que prometera eliminar, mas foi o que fez.

Depois de derrotado por Lula, Bolsonaro carecia de quem lhe pagasse as contas e satisfizesse todos os caprichos. Ele e os filhos enriqueceram na vida pública. Jamais passarão fome. Mas não querem gastar o que acumularam. Aí apareceu uma boa alma.

Trata-se de Valdemar Costa Neto, ex-mensaleiro do PT, condenado e preso por corrupção, presidente e único dono do Partido Liberal onde Bolsonaro achou abrigo. Costa Neto paga caro pela companhia da ex-primeira família presidencial do Brasil.

Caridade de Costa Neto? Não, esperteza política. Ele aposta na força eleitoral dos Bolsonaro. E quer mais do que dobrar o número de prefeitos e de vereadores eleitos pelo partido nas eleições de novembro próximo. Bolsonaro é um trunfo precioso para ele.

Ao convencê-lo a apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Costa Neto abriu a porta para a entrada no palco de um sujeito como Marçal, que a princípio não teria chances nem de ser admitido na coxia. Como entregador de pizza, talvez.

Servidores das campanhas dos demais candidatos a prefeito de São Paulo falam em agir coletivamente para barrar a contínua ascensão de Marçal. A boca do palco não seria seu lugar. Mas, não será uma empreitada fácil. Candidatos desconfiam uns dos outros.

Dizem que eles atuarão em conjunto para forçar a mudança de regras nos debates eleitorais já marcados. Quem garante que Marçal as respeitará? E quem garante que os promotores de debates renunciarão à participação de Marçal? Ele atrai audiência.

Os eleitores costumam afirmar que detestam insultos e troca de desaforos durante um debate, e que prezam a apresentação de soluções para os problemas da cidade. É uma cínica meia verdade. Amam bate-bocas e a detonação de escândalos.

Se Marçal for uma chuva de verão, logo saberemos. Se for um tsunami, corram para longe e para o alto. Ou clamem pela ajuda das tropas sob o comando ou a inspiração do Xandão.

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